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A falta de água e luz na fase crucial de desenvolvimento das plantações de verão não deve impedir que os produtores mineiros superem os rendimentos do ano passado na soja, constatou a Expedição Safra Gazeta do Povo. À medida que a colheita avança no estado, os agricultores confirmam aumento na produção de grãos.

No caso da soja, os índices de produtividade chegam a ser 12% superiores aos do ciclo passado. Já no milho, a previsão do setor é de queda de 10%.

Dono de 3,4 mil hectares em Uberlândia, Júlio Cesar Pereira Jr. é um dos agricultores que confirma essa tendência. Com 10% da área de soja colhidos, contabiliza incremento de sete sacas por hectare. "Até agora, colhi 60 sacas por hectare, em média. Ano passado, foram 53 sacas."

No milho, a tendência é inversa. "Na época de granação das espigas [outubro], tivemos muitos dias nublados. Acredito que a falta de luz prejudicou a fotossíntese das plantas. Além disso, faltou água." O produtor conta que, em novembro, as chuvas somaram 80 milímetros, um dos menores índices já registrados para esse período.

O problema com o clima no cereal, entretanto, é menos severo que o registrado no Sul do país, onde a seca derrubou em até 80% os índices de produtividade. A expectativa de Júnior é que o cereal renda 165 sacas por hectare, contra 176 atingidos no ciclo passado.

Na Região Noroeste, onde está concentrado o segundo maior polo produtivo de grãos de Minas gerais, os agricultores também esperam que a produtividade da soja fique acima ou igual à do ano passado. Ao analisar as primeiras cargas retiradas da lavoura, Francisco Marques, de Guarda-Mor, diz que os grãos não estão grandes, mas pesados, como ele gosta. "Se continuar assim, vou garantir 60 sacas por hectare. Ano passado, colhi 48 sacas, mas choveu no mês de março inteiro", lembra.

"Mesmo com algumas perdas ocasionadas por doenças, especialmente o mofo-branco, no geral, as lavouras vão produzir mais por hectare do que no ano passado", afirma Frederico Quirino, agrônomo que monitora de perto o desenvolvimento da safra nos principais polos de produção de Minas e acompanhou a Expedição em algumas visitas a fazendas.

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