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| Foto: Antônio Araújo/MAPA

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que no momento não será possível “refazer os estoques públicos de milho” no país. A declaração foi feita durante uma reunião nesta quarta-feira (15), em Brasília, com representantes do governo de Santa Catarina e do Fórum Parlamentar Catarinense sobre a crise no abastecimento do grão, base da alimentação especialmente de frangos e suínos no país.

O Brasil vive uma crise de desabastecimento depois que os preços internacionais atingiram níveis recorde. O preço alto tornou atrativa a venda no mercado externo, o que fez os estoques nacionais minguarem. Com a escassez interna, os preços seguiram pressionados – o que piorou com a redução na expectativa de colheita do milho safrinha (52,9 milhões de toneladas, ante uma previsão inicial de 57,1 milhões de toneladas). O preço no mercado interno que estava em torno de R$ 20 a saca no início de 2015, hoje gira em torno de R$ 50. Isso quando não há dificuldade para encontrar o grão disponível no mercado.

Durante o encontro, Maggi admitiu que a situação do milho é um ponto que exige cautela do governo. “O Mapa tem que ter muito cuidado na gestão do estoque público do grão neste momento. Até mesmo porque não teremos como refazê-lo”, observou. “O mercado”, acrescentou, “precisa ser abastecido onde está ocorrendo colheita agora: Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.”

O ministro voltou a bater na tecla [já tratada pela ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu] da isenção da cobrança de impostos (PIS/Confins) na importação do milho. A medida visa, segundo ele, sinalizar aos agricultores que no futuro o grão poderá ser vendido a um preço melhor e incentivar que eles apostem mais na cultura. “Se deixarmos o milho entrar um pouco mais barato no país, sinalizaremos que o produtor poderá vendê-lo a um preço mais alto no futuro”, disse Maggi no encontro. “Também queremos aumentar o preço mínimo para incentivá-lo a plantar mais milho na primeira safra”, complementou, dizendo que a intenção é estimular o plantio e a venda do grão.

O ministro acrescentou que está em contato com indústrias, especialmente as grandes que possuem produtores integrados. De acordo com Maggi, a intenção é que essas organizações voltem a uma prática comum até alguns anos atrás, de ter grandes estoques de milho. “O mercado mudou e o Brasil está inserido nesse cenário mundial de milho”, pontuou Maggi na reunião.

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