Com uma valorização acumulada de 50% em 12 meses, as cotações do trigo vão continuar elevadas graças às geadas, avaliam os analistas. E as previsões são de novas ocorrências até setembro (veja na página 3), com efeitos ainda mais graves para o trigo em estágio avançado.
“Os preços que deveriam baixar com a entrada da nova safra, entre setembro e novembro, devem continuar elevados até o final do ano”, avalia Luiz Carlos Pacheco, consultor da Trigo e Farinhas.
Elcio Bento, analista da Safras e Mercado, destaca que antes dos problemas climáticos o mercado já estava realizando ajustes. “Os negócios futuros estavam sendo feitos a R$ 750 a tonelada, mas o mercado hoje está em R$ 900 por tonelada”, compara. Essa alta busca, justamente, viabilizar a importação de trigo de regiões que também enfrentam escassez.
Entre julho de 2012 e julho deste ano, o valor médio da saca de 60 quilos saiu de R$ 25,81 para R$ 39,17 no Paraná. O movimento se repete no varejo, onde o quilo da farinha saiu de R$ 1,51 para R$ 2,07 no período, conforme a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Bento destaca que como as indústrias repassam os custos, a alta gera reflexos sobre o consumo, pois “o mercado não consegue assimilar integralmente essa mudança”. A indústria da panificação afirma que os reajustes devem ocorrer em proporção menor nos produtos finais, que envolvem outros custos.
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