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A euforia que toma conta do agronegócio brasileiro quando o assunto é o crescimento da demanda mundial por alimentos começa a dar lugar a uma avaliação mais crítica, a uma análise mais realista das variáveis que envolvem essa tendência. Da certeza quase absoluta de que o Brasil avançará a passos largos no mercado global, parte-se para uma análise dos problemas estruturais que precisam ser resolvidos para que isso aconteça.

Nesse primeiro momento, há sérios motivos para preocupação. O país mostra-se extremamente lento na ampliação da rede ferroviária, na melhoria e expansão das rodovias, no desenvolvimento do transporte pluvial e na estruturação dos portos. Questão chave: os gargalos crônicos que em muitos casos anulam totalmente a eficiência da produção porteira adentro serão resolvidos nos próximos cinco ou dez anos? Mesmo que todos os planos do governo sejam cumpridos, o país corre sério risco de isso não ocorrer, mostra a edição de hoje do Caminhos do Campo.

Para que o país desfaça os nós que amarram a produção, será necessária eficácia jamais vista na aplicação dos recursos destinados aos transportes. E esses recursos públicos, concentrados nas mãos do governo federal, são a esperança de solução de problemas locais, mais conhecidos pelo produtor, pelos municípios e estados. O sistema – centralizado em Brasília – torna essencial o esforço de cada região do país no apontamento de problemas e soluções. Resta saber se os representantes dos produtores, municípios e estados que estão sendo selecionados nestas eleições saberão cumprir essa tarefa.

Se os representantes regionais falharem ou se o governo federal não colocar em prática ao menos os projetos delineados no PAC 2, o setor produtivo vai pagar a conta. Terá de suportar o agravamento de problemas como custo alto de transporte, filas de caminhões e navios, sem garantia de renda mínima. Questões que podem limitar a participação brasileira no mercado global.

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