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Interrupção da colheita valoriza a soja em zonas chuvosas | Jonathan Campos/ Gazeta Do Povo
Interrupção da colheita valoriza a soja em zonas chuvosas| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta Do Povo

Depois de o clima colaborar com as lavouras de grãos durante praticamente todo verão, a colheita da soja divide o Corn Belt norte-americano ao meio na reta final da temporada. Não por conta da produção, que tem surpreendido até os mais otimistas, mas devido à paralisação da colheita em zonas chuvosas e à reação do mercado. Há duas realidades distintas nas porções Leste e no Oeste do cinturão de produção de grãos.

INFOGRÁFICO: Veja o percurso do Expedição Safra nos Estados Unidos

A cotação da saca de soja para entrega imediata chegou a registrar vantagem de até US$ 1,70 na última semana do Leste para o Oeste, uma diferença de mais de 15%. Em roteiro iniciado ontem pelo Meio-Oeste dos Estados Unidos, a Expedição Safra vai a campo para detalhar essa disparidade num momento em que a colheita entra na metade final.

Apesar de o clima seco da última semana ter permitido que os produtores revertessem boa parte do atraso dos trabalhos, a disponibilidade de produto ainda está aquém das expectativas dos compradores em regiões do país. Estados como Illinois e Indiana, na porção leste do Corn Belt, receberam o dobro da quantidade usual de chuva na primeira quinzena de outubro e, com os solos encharcados, tiveram que paralisar as operações de campo.

Com pouca soja disponível e contratos para cumprir, exportadores do Leste do Corn Belt chegaram a oferecer prêmios de US$ 0,90 por saca do grão e de US$ 0,45/libra-peso no farelo. Isso em um momento em que os produtores do Oeste enfrentavam descontos de US$ 0,45 e US$ 0,05, respectivamente, sobre os preços da Bolsa de Chicago.

O descompasso, contudo, tende a ser temporário, pois com a entrada da safra no Leste os prêmios devem atingir níveis similares aos do Oeste. “Isso deve ocorrer até mais ou menos o final do mês”, prevê Pedro Dejneka, sócio-diretor da AgResourse, de Chicago (IL). Na virada de outubro para novembro, os EUA costumam ter 85% da soja e cerca de 70% do milho colhidos.

Conforme as máquinas avançam, as chances de que os norte-americanos atinjam a histórica marca de meio bilhão de toneladas de grãos fica cada vez mais próxima. Em seu último relatório de acompanhamento de safra, divulgado no início do mês, o Departamento de Agricultura estimou a produção norte-americana de grãos em 474,55 milhões de toneladas – 367,68 milhões (t) de milho e 106,87 milhões (t) de soja.

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