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As mudanças na classificação do trigo que serão cobradas pelo governo federal a partir de julho do ano que vem criam novos gargalos na triticultura, segundo a Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem). Além dos problemas para armazenagem e transporte de produtos segregados, que devem ser agravados, será mais difícil encontrar sementes adequadas, afirma o diretor executivo da entidade, Eugênio Bohatch. Na prática, o triticultor pode ter sua produção rebaixada na comercialização em leilões públicos.

Durante a sondagem Caminhos do Campo/Ocepar a respeito do tamanho da safra atual, as cooperativas informaram que enfrentam escassez de sementes nas regiões Norte e Sudoeste. O problema, segundo os técnicos, foi causado pelo clima de 2009, que prejudicou a qualidade do cereal. Segundo a Apasem e a Ocepar, esse fator dificulta o plantio, mas não deve limitar ainda mais a área destinada à cultura, já reduzida em 14%.

A preocupação com a qualidade das sementes se justifica. Para atender às novas exigências que ampliam de 50 pontos para 100 pontos o valor mínimo da força de glúten do trigo, é preciso optar agora pelas melhores variedades disponíveis.

Em safras com clima desfavorável como a do ano passado, se forem plantadas as mesmas variedades de 2009, metade da produção pode ter de ser entregue para a indústria de ração. Em anos de clima normal, com as melhores variedades do mercado, 95% do trigo paranaense pode alcançar as novas classificações: básico, doméstico, pão e melhorador, avalia a Ocepar.

Considerando as previsões de bom clima para a safra atual, "não deve faltar semente no plantio do ano que vem", assegura Bohatch. No entanto, o setor ainda não definiu exatamente quais variedades vão atender melhor aos padrões que estarão em vigor na safra 2011. As mudanças exigem o reenquadramento das variedades pela pesquisa, afirma o agrônomo Robson Mafioletti, da Organização das Cooperativas do Paraná.

Outra medida que o setor terá de tomar ante às novas exigências, a serem publicadas no Diário Oficial da União, será a adaptação dos armazéns, que precisam ter sua capacidade de segregação ampliada. Barracões de unidades de recebimento de grãos que segregam 12 produtos diferentes podem ter de ser melhor equipados.

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