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Londrina - Os indicadores da Expedição Safra Gazeta do Povo sobre a produção de soja e milho 2010/11 confirmam um novo ciclo de expansão do agronegócio, determinado por aumento de área e ampliação dos investimentos em tecnologia. A avaliação foi apresentada no seminário de análise dos números realizado sexta-feira, na ExpoLondrina, em Londrina, para 250 líderes do agronegócio e produtores rurais.

O país ampliou a área de soja em 3,8% e o crescimento da produção foi projetado em 5,1%, chegando a 70,79 milhões de toneladas. No milho de verão, houve retração de 3,9% no cultivo e, ainda assim, a colheita deve ser 0,7% maior, somando 33,5 milhões de toneladas. Os indicadores da Expedição estimam produtividade de 2.948 quilos de soja (1,3% superior ao índice da safra passada) e de 4.310 quilos de milho (4,8%) por hectare.

"O potencial é para uma safra de grãos de 158 milhões de toneladas, um volume recorde no país. Ao lado da Argentina e do Paraguai, o Brasil ganha força e influência cada vez maior no mercado", disse Giovani Ferreira, coordenador da Expedição. Em sua quinta edição, a Expedição encerrou o roteiro Brasil na ExpoLondrina pela terceira vez.

Ferreira mostrou que o produtor expande a produção de olho no mercado internacional, com os Estados Unidos ampliando o consumo de milho para produção de etanol (de 35% para 40%, chegando a 127 mi­­lhões de toneladas) e a China comprando cada vez mais soja. As importações chinesas de 2010/11 podem chegar a 60 mi­­­­lhões de toneladas da oleaginosa, o equivalente a 85% da safra brasileira atual. Um cenário que sustenta preços elevados. "As cotações são extremamente rentáveis. Estamos falando de soja a R$ 48 a saca para julho", disse Ferreira.

"O mundo está consumindo estoques e depende cada vez mais do que se colhe na América do Sul", acrescentou o secretário de Política Agrícola do governo federal, Edilson Guimarães, que participou do evento da Expedição. "O mercado precisaria de 702 milhões de toneladas de grãos a mais nos últimos dez anos se não contasse com as exportações da região", enfatizou.

O trabalho da Expedição Safra foi considerado "fundamental" pelo secretário estadual da Agricultura e Abas­­­tecimento, Norberto Ortigara, "para que, de fato, aquele que faz agricultura e pecuária te­­­nha em mãos um conjunto de elementos ampliado para saber o que fazer em sua propriedade".

O Brasil ainda tem muito trabalho em casa, disse o presidente da cooperativa Integrada, Carlos Murate. Ele reclamou que a produção de trigo não tem uma política de incentivo efetiva, apesar de metade do consumo interno depender de importação. "O produtor colhe e não tem mercado. Será que o trigo não é importante para o Brasil?", questionou.

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