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A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira (24) um plano para estimular as exportações do país para reverter o resultado de 2014, quando a balança comercial fechou no vermelho pela primeira vez desde 2001. As novidades podem impactar diretamente os embarques do agronegócio, que tem peso importante nas vendas externas do país.

A "ofensiva" comercial proposta pelo governo coloca como prioridades os mercados de Estados Unidos, China, União Europeia (UE) e os membros da Aliança do Pacífico (Chile, México, Colômbia e Peru), embora isso não signifique marginalizar os sócios do país no Mercosul, esclareceu a presidente.

Dilma explicou que a intenção é consolidar os mercados em que o Brasil já está presente, como é o caso de dos membros do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) e outros países da América Latina, mas ampliar os horizontes para fortalecer a presença dos produtos e serviços brasileiros exportáveis.

As estratégias do comércio brasileiro foram "revisadas" em boa medida devido à conclusão do que qualificou de "ciclo de super preços" das matérias-primas, admitiu Dilma.

A queda dos preços internacionais das matérias-primas foi um dos fatores que levou a balança comercial brasileira a fechar 2014 no vermelho pela primeira vez em 14 anos, com um déficit de US$ 3,93 bilhões.

A presidente sustentou que essa diversificação do comércio indica também o reforço de outros planos do governo para recuperar a economia nacional, que deve sofrer este ano contração de 1,1%.

Outro dos objetivos é reforçar a presença do Brasil na lista de grandes exportadores mundiais. O país está em 27º lugar, apesar de ser a sétima economia do planeta.

Segundo dados apresentados durante o evento, o Brasil tem uma participação de apenas 2,2% no comércio mundial, que cai para 0,7% se só forem considerados os bens manufaturados.

Dentro do plano, a promoção dos produtos brasileiros no mundo também incluirá medidas para fortalecer os processos de aquisição de tecnologias que permitam agregar valor às exportações.

Os detalhes do plano foram explicados no mesmo evento pelo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, apoiado em cinco grandes pilares: acesso a mercados, promoção comercial, facilitação de comércio, financiamento e aperfeiçoamento de mecanismos tributários.

Também se avançará em medidas para reduzir os pesados trâmites burocráticos que os exportadores brasileiros atualmente enfrentam, tanto na hora de enviar seus produtos ao exterior como no momento de ingressar os lucros no país.

De acordo com Monteiro, "o Brasil precisa dar mais prioridade ao comércio exterior, setor que deve fazer parte de uma estratégia permanente para o desenvolvimento"

Ele destacou que o "Brasil tem que se integrar com todas as regiões e especialmente com aquelas que têm mais dinamismo", entre elas a EU, e lembrou das negociações de um acordo bilateral entre ela e o Mercosul.

Horizonte agroA ministra da Agricultura Kátia Abreu aproveitou o lançamento do Plano de Exportações para discutir termos relacionados ao mercado externo do agronegócio.

Abreu e a secretária de Relações Internacionais do Mapa, Tatiana Palermo, também apresentaram às entidades um estudo feito pelo ministério sobre os principais mercados potenciais para as exportações brasileiras e as negociações que estão sendo realizadas.

De acordo com o estudo, os 10 principais mercados são responsáveis por 78% das exportações agropecuárias brasileiras. “É importante falar que cinco desses mercados – Estados Unidos, China, Rússia, União Europeia e Japão – respondem por US$ 500 bilhões nas importações agropecuárias globais. Isso representa metade das importações mundiais”, destacou Tatiana Palermo.

O estudo também faz uma projeção sobre os 22 mercados prioritários (incluídos os 10 principais). A meta é que 19,5% dos mercados não acessados gerem cerca de US$ 16 bilhões nas exportações brasileiras, quando forem estabelecidos acordos sanitários e fitossanitários ou comerciais.

Entre as principais negociações, está a habilitação de novos estabelecimentos de carne bovina, suína e de aves para a China e de um acordo de prelisting com a Rússia. Por meio do prelisting, o Brasil apresentará uma lista de estabelecimentos que atendem as exigências do mercado russo.

Além disso, há expectativa de que os EUA e o Japão abram o mercado para carne bovina brasileira. O Brasil também está concluindo as negociações para que a Arábia Saudita suspenda o embargo à carne bovina. Paralelamente, o governo federal trabalha para que o Mercosul faça acordo comercial com a União Europeia.

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