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Associações, federações e entidades da classe ligadas ao agronegócio não gostaram do novo samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense, tradicional escola do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. Com o tema ‘Xingu, o clamor que vem da floresta’, a agremiação vai levar para Sapucaí uma crítica ao setor e exaltar os índios da região.

Na avenida, a escola vai entrar com alas batizadas de “fazendeiros e seus agrotóxicos”, “pragas e doenças”, “a chegada dos invasores” e “olhos da cobiça”. Em um dos trechos do samba-enredo, a escola vai cantar: “Sangra o coração do meu Brasil, o belo monstro rouba as terras dos seus filhos, devora as matas e seca os rios”.

Segundo o vice-presidente da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul, Tarso Teixeira, os produtores rurais fizeram o Brasil se tornar campeão mundial da produção de grãos e proteína animal, com apenas 8% das terras disponíveis, enquanto as reservas indígenas somam 13% do território nacional. “É destes 8% de terras nacionais que virão o algodão e a seda das fantasias, a cerveja e a linguiça com farofa para os ritmistas, a madeira e a borracha dos carros alegóricos”.

O diretor da Sociedade Rural Brasileira, Christian Lohbauer, defende uma ação coletiva de marketing das entidades contra o discurso da escola. “O agronegócio é único setor que mantem o país nos trilhos. Surpreende-me que, ainda hoje, no Brasil, nós tenhamos que enfrentar uma comunicação tão primaria quanto essa. Uma escola de samba venha promover um discurso raso e atrasado quando se trata de uma questão tão importante que é o desenvolvimento da agricultura brasileira, com toda a tecnologia e capacidade de inovação”.

A escola não se manifestou sobre a polêmica. No site da agremiação, diz que a escolha do enredo foi uma homenagem ao Parque Nacional Indígena do Xingu, localizado ao norte do estado de Mato Grosso, numa zona de transição florística entre o Planalto Central e a Floresta Amazônica.

Confira algumas das fantasias que serão utilizadas

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