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Mais que uma festa com shows artísticos e diversão, a ExpoLondrina vem se tornando palco central de discussões do agronegócio paranaense. Somado ao grande público que circula pela feira, um número expressivo de especialistas e representantes do setor produtivo do estado e do país confere debates e atividades técnicas.

Durante dez dias – de 5 a 15 de abril – cerca de 40 eventos técnicos serão realizados dentro do Parque Governador Ney Braga, em Londrina. O campo, sozinho, deve participar com pelo menos 15 mil agricultores, além de palestrantes, técnicos, autoridades e lideranças do setor. Ao todo, meio milhão de pessoas deve visitar a exposição, o equivalente a toda a população de Londrina.

A partir de discussões que abrangem a história de crises e transformações do agronegócio, a ExpoLondrina semeia e potencializa o futuro do setor que move a economia do Paraná. O café, que até a década de 1970 dominava as lavouras paranaenses, especialmente na Região Norte, pauta uma das principais discussões da feira. Apesar da perda de área e volume de produção após o marcante episódio da geada negra, a cafeicultura trilha novo caminho em meio às lavouras de soja e milho, da pecuária e da cana-de-açúcar. Para isso, o campo tem investido fortemente na cafeicultura com qualidade, por meio de técnicas modernas de cultivo, como o plantio adensado, de secagem e armazenagem.

O trigo, um dos grãos mais importantes para a cadeia alimentar mundial, tanto animal como humana, ganha na ExpoLondrina seu primeiro fórum, que pretende aprofundar as discussões em torno da redução do plantio no estado, ainda maior produtor nacional.

Na pecuária, a ExpoLondrina também é referência para o Brasil. Apresenta um dos julgamentos de raça e genética mais rígidos e respeitados no mercado brasileiro. Só a comercialização em leilões da feira ultrapassa os R$ 20 milhões, praticamente o dobro do valor alcançado em outras feiras tradicionais.

Essa diversificação é o que tem dado força ao homem do campo paranaense. A tendência é que a integração das culturas seja cada vez mais presente no meio rural. Até grãos e gado – que na prática são caça e caçador, os maiores concorrentes do agronegócio em termos de rentabilidade – passam a conviver lado a lado. O desafio, segundo o presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Gustavo Lopes, é sustentar essa dinâmica com "políticas de incentivo, por parte do governo e das entidades de pesquisa".

"O segredo está em potencializar a integração de culturas. O Paraná tem tudo para fazer isso. Somos abençoados em clima, solo e povo. Também precisamos trabalhar para manter a rentabilidade do produtor e garantir a renovação da população do campo", avalia Lopes.

Com um custo estimado em R$ 10 milhões, que vai da montagem de infraestrutura até o pagamento de cachês de artistas, a ExpoLondrina mostra que tem condições de superar a marca de faturamento de 2011, apesar de toda a frustração de safra que acometeu o Paraná nesta temporada, por causa da seca. "O crescimento da economia como um todo ajuda a manter as boas expectativas sobre o evento. Acredito que seja possível chegar aos R$ 340 milhões", projeta o presidente da entidade organizadora do evento. O faturamento de 2011 representou um salto de 73,7% sobre o resultado de 2010, chegando a R$ 337,14 milhões.

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