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Na terceira edição da série de reportagens sobre a safra 2006/07, o Caminhos do Campo mostra a realidade logística para o escoamento da produção agrícola do Paraná. A expedição Rumos da Safra percorreu, de carro, mais de cinco mil quilômetros de estradas – rodovias estaduais, federais e municipais, pedagiadas e sem pedágio –, visitou armazéns, ouviu produtores e empresas que administram a malha rodoviária e ferroviária.

Depois de quase um mês de viagem, a constatação é que da porteira para dentro a eficiência da agricultura brasileira é quase que inquestionável. Mas quando a produção deixa a fazenda, o agricultor também começa a pagar a conta do chamado custo Brasil, um problema crônico que afeta a competitividade e sacrifica o desenvolvimento do país. Uma realidade que prejudica a economia sem distinção, da prestação de serviço ao comércio e a indústria.

Mas num estado onde 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) sai do campo, é na agricultura que esse custo se revela com mais intensidade. Apesar de o Paraná gozar de uma infra-estrutura mais confortá-vel em relação à média nacional – está bem servido de silos, estradas e terminais portuários –, o custo do transporte e o desempenho do porto público se transformam em verdadeiros gargalos que barram o crescimento do setor.

Maior entroncamento rodoferroviário do país, o estado não consegue fazer com que a infra-estrutura de estradas e ferrovias seja um fator que agregue na produção. As rodovias apresentam melhores condições de tráfego, isso é fato. Mas a que custo? Por outro lado, o transporte ferroviário, mais barato e mais eficiente, parece não encontrar espaço para dividir a carga com os caminhões.

E não é só isso. Vencida essa etapa, seja de trem ou de caminhão, a carga tem um novo desafio, o Porto de Paranaguá, um dos maiores terminais graneleiros do mundo, que nos últimos anos teve sua eficiência abalada por questões de natureza técnica e política. Da garantia de embarque, o porto passou a oferecer insegurança, em especial no tocante às operações ligadas ao agronegócio. Ou seja, se nos últimos anos foi difícil produzir por causa da estiagem, ficou ainda mais complicado escoar essa produção.

Diante desse cenário, a pergunta que faz eco entre os elos da cadeia produtiva é: como um estado privilegiado em infra-estrutura não consegue traduzir essa condição em competitividade?

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