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Entre soja e milho, ao menos 10 milhões de toneladas foram perdidas para a seca. Ainda assim é possível encontrar ilhas de boa produção na Argentina. Em visita ao cinturão de produção de grãos do país nos últimos dias, a Expedição Safra conferiu que, mesmo em ano de quebra, é possível encontrar produtividades superiores à média brasileira na zona núcleo, filet mignon da produção de grãos argentino. "A melhor safra do país está aqui", afirma Luis Alberto Luciani. Prestador de serviços de plantio e colheita – o chamado contratista, figura muito comum na Argentina –, Liciani roda o país de Norte a Sul com suas duas colheitadeiras e garante: "Pode procurar. Você não vai encontrar soja melhor que esta neste ano. Se andar dez quilômetros para qualquer lado, vai ver lavoura de 2 mil quilos for hectare".

No talhão que estava colhendo quando conversou com a Expedição, as máquinas tiravam 4,8 mil quilos por hectare, rendimento de dar inveja a produtores de Palotina, um dos solos mais nobres do Brasil, mesmo em ano de safra cheia. A área está localizada no município de Monte Buey, Sul da província de Córdoba. Junto com o Sul de Santa Fé e o Norte de Buenos Aires, a região compõe a chamada Zona Núcleo, o coração da produção de grãos da Argentina.

Nesta área, a topografia plana e a fertilidade dos solos, pesados s e capazes de reter água por mais tempo, ajudam a amenizar os efeitos de estiagens como a que ocorreu neste ano. "Foi a pior seca dos últimos 20 anos. Choveu apenas cerca de 60% do normal. Mas mesmo assim estamos colhendo o mesmo que no ano passado neste talhão", conta Pablo Palacios, gerente da Fazenda La Mission. O monitor de colheita da máquina que avança sobre a lavoura de 350 hectares de milho em Teodelina, no Sul de Santa Fe, confirma o relato ao apontar a marca de 10 mil quilos por hectare.

Casos como esses, contudo, são excesso no país, conferiru a Expedição Safra. Depois de ficar até 75 dias sem chuva, há localidades que registram quebras pesadas e puxam para baixo as estimativas de produção de grãos argentina.

Com a colheita apenas no início – até agora as máquinas passaram por cerca de 10% da área –, os números ainda divergem de acordo com a fonte consultada. Na ponta mais alta do intervalo, a Bolsa de Rosário aposta em 44 milhões de toneladas de soja e 20 milhões de milho. Na ponta mais baixa, Rodolfo Luis Rossi, pesquisador da sementeira argentina Nideira, aposta em, respectativamente, 40 milhões e 19 milhões de toneladas.

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