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O cenário indica oportunidade de lucro para a soja e milho. Assim, recomenda-se escalonar a comercialização, efetuando a venda antecipada de parcela da produção ou o travamento de preços no mercado futuro. Apostar todas as fichas numa frustração da safra sul-americana pelo clima e em maiores aumentos de preços é um risco alto.

Milho – A baixa relação estoque consumo mundial (14,5%) e a especulação dos fundos mantém as cotações na Europa e na CBOT (Bolsa de Chicago) em patamares altos, mas com oscilações. Em Chicago os contratos para dezembro fecharam em US$ 3,67 e US$ 3,84 para março. Na Liffe Europa (Bolsa de Londres), em 209 e 214 euros a tonelada para novembro e março, com queda de 21 euros em 15 dias, devido ao avanço da colheita.

Em Paranaguá, o preço CIF se mantém estável entre R$ 25,5 a R$ 27 a saca (US$ 14,1 a US$ 14,3). Na BM&F, os contratos para novembro fecharam estáveis, em R$ 26,2 ou US$ 14,6 a saca e R$ 27,3 para janeiro de 2008 (alta de 2% na semana). Os produtores estão recebendo entre R$ 19,0 a R$ 23,5 a saca, 0,2% superiores a média de setembro.

A ocorrência de chuvas em todas as regiões, exceto no Norte Pioneiro, possibilita a recuperação do plantio da primeira safra, que já estava atrasado em 20 dias. A operação ocorreu em 60% da área estimada pela Expedição Caminhos do Campo em 1,35 milhão de hectares, 3,8% maior do que em 2006/07, e deve ser concluída até o dia 25 próximo. A estimativa de área da Conab é de 1,357 a 1,397 milhões de hectares.

Soja – A reduzida relação estoque/consumo mundial (21,8%) e a especulação dos fundos mantiveram a cotação internacional do grão em patamar alto, mas com volatilidade em função do comportamento do clima na América do Sul. Na CBOT fechou em US$ 9,9 para novembro, com aumento de 3,3% na semana, e US$ 10,1 para janeiro de 08. Isto resulta em preço de R$ 43 a R$ 44/saca – CIF Paranaguá no transferido, com o produto no armazém, pronto para embarcar – e R$ 33 a R$ 42/saca aos produtores, com média de R$ 36,09/saca e aumento de 6,6% em relação a setembro. O plantio da safra 2007/08 está normal e ocorreu em 2% da área, estimada em 4 milhões de hectares pela Expedição Caminhos do Campo e entre 4 a 4,14 milhões pela Conab.

Trigo – A colheita de trigo está estimada em 1,89 milhões de toneladas e ocorreu em 85% da área. Até o início de setembro, os moinhos compraram 20% da safra. Depois se retiraram do mercado esperando o aumento da disponibilidade interna, a redução do câmbio, que diminui o preço do produto importado, e o início da colheita no Rio Grande do Sul e na Argentina. A realização de lucros reduziu as cotações nas Bolsas de Chicago e Kansas, nestes últimos 15 dias, de US$ 9 para US$ 8,25 a US$ 8,46/bushel (27,216 quilos) para dezembro de 2007 e US$ 8 a US$ 8,1 para maio de 2008.

A nova safra da Argentina está sendo negociada entre US$ 325 a US$ 340 a tonelada, que chega CIF São Paulo (preço para o ponto de consumo) a US$ 386/t, com queda de US$ 15/t nos últimos 15 dias. O produto americano chega a US$ 491/t, com queda de US$ 29/t. A taxa de câmbio se mantém abaixo de R$ 1,80 e a interrupção da queda da Selic vai contribuir para uma maior valorização do real. Os produtores estão recebendo entre R$ 32 a 37 a saca, 2,5% menos do que a média de setembro. No mercado de lotes o preço oscila entre R$ 600 a R$ 630/t ou US$ 328 a US$ 335/t. A produção brasileira atende apenas 38% do consumo e os produtores devem aguardar o retorno dos moinhos às compras. Caso não o façam, em breve, as cooperativas podem exportar o produto.

Eugenio Stefanelo é professor da UFPR e UNIFAE e técnico da Conab.

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