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A alta nos preços de venda do feijão está estimulando os produtores a ampliar as áreas destinadas ao cultivo da segunda safra. Na estimativa da Seab, o Paraná deve plantar 229 mil hectares da leguminosa neste ciclo (2% a mais em relação a 2012), com previsão de início colheita para o final de março.

O agricultor Nitio Feversani representa bem essa situação. Ele deve semear cerca de 330 hectares na sua área eno município de Bom Sucesso do Sul (Sudoeste), um acréscimo de 80 hectares em relação ao último ano. “O pessoal perdeu o medo de plantar, e o preço ajuda. Aqui na região a maioria está aumentando a área”, relata. Apesar do crescimento, o feijão preto não está na preferência dos agricultores. Na área de Feversani, cerca de 20% será dedicada a variedade rajada, e o restante para o tipo carioca.

Segundo analistas, a falta de entusiasmo pelo feijão preto é justificada pela competição com a soja, mais rentável e segura, e pela a concorrência com produtos importados. Argentina e China têm aumentado os embarques para o Brasil a preços menores do que os praticados no mercado doméstico, explica Marcelo Lüders, da Correpar Corretora. “Neste ano, entre 80 e 85% do feijão preto que chegará à mesa do brasileiro será importado”, destaca.

Para quem já colheu e negociou, a aposta deve continuar. O agricultor Rudimar Missio, de Pato Branco (Sudoeste), avalia que acertou em cheio ao dedicar 20% dos 130 hectares que planta no verão à leguminosa. Como sua colheita alcançou padrão de primeira, ele fez negócio a R$ 200 por saca de 60 quilos -- R$ 50 a mais que o preço médio do carioca na região. O alimento, em sua propriedade, tira espaço da soja, grão que neste ano é considerado imbatível pelo mercado internacional. "No ano que vem, vou plantar feijão de novo. A R$ 200 por saca, vale mais a pena", diz o produtor, que atende o mercado interno. Ele colhe 40 sacas de feijão por hectare, volume 35% menor que o de soja, mas a renda bruta é três vezes maior que a da oleaginosa. Nesta semana, Missio está colhendo milho para plantar, na mesma área, a segunda safra de feijão.

Colaborou José Rocher

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