Painel: Acordo com Rússia tende a começar com o trigo

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O acordo entre o Mercosul e a Rússia (incluindo a Comunidade dos Estados Independentes ou ex-repúblicas soviéticas), discutido desde o ano passado, deve ter impacto direto no mercado do trigo na América do Sul, apontou o painel do Fórum de Agricultura da América do Sul dedicado aos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul). A exposição "O campo e o BRICS" foi feita por Rinaldo Junqueira de Barros, representante do Brasil que atuou quatro anos como adido agrícola na Rússia, e por Lalit Khulbe, executivo da indiana United Phosphoros Limited (UPL) há nove anos no Brasil. Ambos mostraram que há chances concretas de a América do Sul ampliar o comércio com regiões distantes do Mercosul.O mesmo vale para o caminho inverso. Segundo Barros, a Rússia tem meta de exportar 2 milhões de toneladas de trigo para o Brasil, que compra fora metade do volume necessário para o consumo interno. "Se houver acordo com o Mercosul, o trigo da russo fica mais competitivo que o dos Estados Unidos e do Canadá", afirmou.O Brasil importa trigo principalmente da Argentina. Neste ano, precisa de 5,5 milhões de toneladas. A previsão de que as exportações argentinas cobririam esse volume está sendo questionada pelos especialistas. No último ano, os argentinos exportaram menos de 3 milhões de toneladas. O mercado brasileiro tem recorrido aos EUA e ao Canadá em janelas de isenção tarifária abertas por Brasília."O Brasil vende carne para os Estados Unidos? para o Canadá?", questionou Junqueira, apontando que a ampliação dos embarques de carne suína e de aves registrada nos últimos meses para a Rússia são um forte argumento para que a Moscou também tenha isenção no trigo exportado para o Brasil.