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A Usina de Beneficiamento de Leite (UBL) implantanda pela cooperativa Castrolanda em Castro (Campos Gerais) deve servir como barreira sanitária e evitar que os produtores tenham de jogar leite fora como em 2005, quando o Paraná perdeu o status de área livre de aftosa. O gerente industrial da UBL, Gilberto Wolf, afirma que, se houver algum episódio parecido no futuro, a região estará blindada.

Em 2005, na crise da aftosa, lavouras da região foram irrigadas com o leite. A rejeição afetou todo o estado. Agora, com a UBL, o produto é evaporado a vácuo, num processo mata germes e pasteuriza o produto. A UBL deve industrializar 800 mil litros ao dia ainda neste ano.

A unidade funciona como um centro de inspeção. Na verdade, todo o leite da Castrolanda já passa pelo local, mas só 400 mil litros são industrializados.

A UBL permite a manutenção de um padrão de qualidade o ano todo, observa o presidente da Castrolanda, Franz Borg. Os técnicos explicam que o leite considerado magro pela indústria, cotado a preço menor, pode ser encaminhado para a UBL e, depois de concentrado, assumir as mesmas características do mais gordo.

O sistema de evaporação a vácuo transforma 3,4 litros de leite em 1 litro a uma temperatura de 93º C, explica Wolf. O leite evaporado é, na verdade, o que sobra do processo de evaporação.

O leite in natura é transportado a distâncias que podem ser alcançadas em um dia. O vaporizado, além de ocupar menos espaço e baratear o transporte, pode ficar até quatro dias no caminhão-tanque. Com a UBL, a Castrolanda têm condições de fornecer leite evaporado para qualquer região do Brasil.

Com essas vantagens, a cooperativa pretende arrecadar cerca de 5% a mais na venda de leite e viabilizar um aumento gradativo da produção. Por enquanto, a UBL pode armazenar o leite de apenas um dia. Dos R$ 30 milhões investidos, perto da metade veio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Hoje a usina produz também creme de leite, sem marca própria. Ainda nesta década, deve fabricar leite condensado e em pó, com o nome da Castrolanda. O investimento geral vai chegar a R$ 95 milhões, prevê.

Leite invisível

O engenheiro responsável pela instalação da Usina de Beneficiamento de Leite (UBL) da Castrolanda, Luiz Ricardo Ando, da empresa de capital alemão Gea, afirma que a indústria é a mais automatizada do Sul do Brasil. Praticamente ninguém vê o leite do recebimento ao final do processo de vaporização.

Os caminhões chegam como se fossem descarregar combustível em um posto de gasolina. Os tanques são esvaziados através de dutos. As máquinas extraem o creme (nata) e o líquido que sobra é, então, concentrado. Há uma única abertura nesse processo, para a retirada de amostras para testes.

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