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As apostas do Paraná na recuperação do status de área livre de febre aftosa se concentram agora na vinda de uma missão européia ao Brasil. Em plena campanha de vacinação, programada para ocorrer entre 1.º e 20 de novembro, o estado vive a expectativa de receber um grupo de trabalho da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) e restabelecer sua condição sanitária para voltar a exportar carne bovina. Há dois anos, desde a polêmica sobre o reaparecimento do vírus, mais de 50 países suspenderam a compra de frigoríficos paranaenses.

Jorge Caetano Júnior, diretor de Programas da Área Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura (Mapa), confirmou a vinda da missão ao Brasil no período de 6 a 14 de novembro. O objetivo, segundo o técnico, é avaliar os procedimentos de certificação dos produtos dos estados ou regiões que já estão exportando carne bovina para a União Européia, com ênfase no programa nacional de erradicação da febre aftosa. De acordo com o Mapa, a visita ao Paraná pode ocorrer, mas será uma decisão da missão européia, que também poderá ir Mato Grosso do Sul. O roteiro, no entanto, não está definido. Geralmente, a agenda interna é oficializada na primeira reunião em Brasília.

Pelo menos a princípio, segundo Caetano Júnior, os membros da OIE não vêm com o intuito de habilitar áreas ou estados para exportação. "Eles estão vindo conferir se os procedimentos adotados para conter a aftosa foram eficientes. A finalidade não é liberar áreas para exportação de carnes."

Numa avaliação otimista, Gustavo Fanaya, economista do Sindicato da Indústria das Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne), acredita que a visita da OIE pode devolver ao estado o direito de exportação. O grupo de trabalho que estará no Brasil, explica Fanaya, pode recomendar ao Comitê Científico da organização a devolução do status ao Paraná. O comitê, também conhecido como Comissão Veterinária, só não pode aumentar a classificação, para área livre sem vacinação, por exemplo, mas tem autonomia para devolver condições sanitárias.

In loco

Na avaliação de Fanaya, para não tomar decisões com base apenas em documentos, a missão vem ao Paraná para verificar in loco as condições e procedimentos adotados para conter a aftosa. A depender da disposição do grupo, o analista do Sindicarne não descarta a possibilidade de o status ao Paraná ser devolvido ainda este ano, provavelmente em dezembro. Mas também pode ficar para o próximo ano, mais próximo da assembléia anual da OIE, que ocorre entre abril e maio. O estado esperava que a condição do Paraná fosse discutida na reunião do Comitê Científico em setembro passado, o que não aconteceu.

Nos dois anos de restrições por conta da aftosa, a participação paranaense nas exportações brasileiras de carne bovina caiu de 3,4% para 0,6. Em volume, de 23 mil para 5 mil toneladas. Nesse período, o estado deixou de embarcar US$ 650 milhões.

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