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Portaria do governo confirma R$ 150 milhões para leilões de trigo, que ainda serão marcados | Josua© Teixeira/ Gazeta Do Povo
Portaria do governo confirma R$ 150 milhões para leilões de trigo, que ainda serão marcados| Foto: Josua© Teixeira/ Gazeta Do Povo

As cooperativas do Paraná planejam ampliar em 43% os investimentos neste ano (para R$ 3,1 bilhões), mas exigem maior apoio governamental para dar vazão aos novos projetos. A principal linha de financiamento público ao setor (Prodecoop) vem sendo subutilizada nos últimos anos e o argumento é de que o atual limite de crédito imposto as instituições é insuficiente (entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões). Para tentar reverter o cenário, a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) cobra de Brasília uma revisão nos limites ainda neste ano, visando reduzir os encargos financeiros na implementação de novas agroindústrias.

INFOGRÁFICO: Veja o montante financiado pelas cooperativas dentro do ProdecoopO pleito está entre as principais demandas apresentadas pela Ocepar ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, na última semana, quando ele passou pelo Paraná. A entidade defende elevação nos limites individuais dentro do Programa de Desenvolvimento Coope­­rativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuá­­ria (Prodecoop).

Para cooperativas singulares, o ajuste seria de R$ 100 milhões para R$ 150 milhões, enquanto nas cooperativas centrais (grupos) a elevação esperada é de R$ 150 milhões para R$ 200 milhões.

“Quando precisa fazer um investimento acima de R$ 100 milhões, a cooperativa tem de buscar a diferença pagando juros de mercado, que elevam os custos financeiros”, argumenta o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski. Ele cita o exemplo da cooperativa Coamo, de Campo Mourão (Centro), que neste ano planeja investir mais de R$ 300 milhões, mas terá apenas um terço dos recursos enquadrados no programa.

A Copacol, de Cafelândia (Oeste), fez aporte semelhante, e confirma a situação. “Não queremos mais recursos, pois hoje há sobra. O aumento no limite não geraria nenhum impacto para o governo”, defende Koslovski.

Geller prometeu manter diálogo com o estado e sinalizou que vai avaliar a questão. “Vou discutir com a equipe técnica do ministério o que pode ser feito”, declarou. Ele lembrou que, no início do Prodecoop, em 2002, a taxa de juros era de 10,75% ao ano, com orçamento de R$ 250 milhões. A taxa chegou a 5,5% anuais em 2011/12, e neste ano é de 6,5% ao ano, com R$ 2 bilhões de verba.

Apesar do orçamento maior e dos juros subsidiados, os dados do Mapa comprovam a subutilização do recurso nos últimos anos. Desde a safra 2002/03, em apenas duas ocasiões o montante financiado ficou acima da expectativa do governo. Neste ano, no acumulado de janeiro a junho o Paraná foi líder na captação de recursos, totalizando R$ 187,1 milhões.

Comercialização

Prestes a sairem, leilões de trigo devem ter efeito tardio

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, garantiu na última semana que o governo federal vai apoiar a comercialização do trigo para evitar prejuízos na Região Sul. Com preços em queda e já abaixo do mínimo (que é de R$ 33,45 por saca de 60 quilos), os três estados sulistas esperam contar com R$ 200 milhões para operações Aquisições do Governo Federal (AGF) e R$ 150 milhões para leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), conforme prometeu o ministro. Até ontem, tinham sido confirmados no Diário Oficial da União apenas os R$ 150 milhões de Pepro.

A necessidade de intervenção vinha sendo sinalizada desde o início da colheita, em agosto, quando o setor solicitou apoio à comercialização e o fim do incentivo a importação do cereal, praticado por meio da isenção dos 10% referentes a Tarifa Externa Comum (TEC). A medida estava em vigor desde meados do ano passado, e visava amenizar a quebra climática de 1 milhão de toneladas ocorrida no Paraná em 2013.

A promessa de leilões vem sendo repetida mais intensamente desde a 37ª Expointer, realizada em Esteio (RS), no início do mês. Geller calcula que será possível comprar de 800 mil a 1 milhão de toneladas de trigo para os estoques públicos, enquanto os leilões com prêmio ao produtor devem contemplar até 6 milhões de toneladas do cereal.

O volume subsidiado não é considerado o ideal pelo setor produtivo, mas traz alívio. “O fato do governo repor os estoques e tirar o produto do mercado é uma grande ajuda”, avalia diretor presidente da cooperativa Castrolanda (Campos Gerais), Frans Borg.

Para o consultor da trigo e farinhas, Luiz Carlos Pacheco, os efeitos da intervenção sobre os preços não devem ser notados tão cedo. “Não tem nenhum fator de alta para o trigo no curto prazo, exceto o clima”, indica.

Ele aponta que os moinhos estão abastecidos e a oferta está bem acima da demanda, dificultando a situação. “Será necessário enxugar um volume muito grande do mercado para afetar os preços”, indica.

2014

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