Paraná deve ser o mais prejudicado pelo corte

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O orçamento de 2010 prevê R$ 238 milhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), mas menos de R$ 150 milhões estarão disponíveis para segurar a safra 2010/11. O pagamento de apólices adquiridas por produtores em 2009 vai consumir R$ 90 milhões, comprometendo quase 40% dos recursos previstos para a temporada atual. "É quase metade do que foi aplicado no ano passado. Se ficar como está, não vai suportar a demanda", alerta o deputado federal paranaense e ex-ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Segundo o analista da Ocepar Robson Mafioletti, o Ministério da Agricultura (Mapa) sinalizou que poderá suplementar o orçamento do seguro rural para chegar a R$ 400 milhões. "Mas ainda assim não será suficiente para suprir toda a demanda. Havíamos solicitado R$ 650 milhões", afirma.

Desde que o PSR foi implementado, há cinco anos, os recursos destinados à subvenção do seguro rural vinham numa crescente. Na safra 2005/06, estreia do PRS, o governo disponibilizou R$ 10 milhões para subsidiar o pagamento do prêmio, mas menos de R$ 3 milhões foram utilizados. No ciclo passado, o programa aplicou quase R$ 260 milhões.

O Paraná é o estado brasileiro que mais protege suas lavouras. Quase um terço dos recursos aplicados no ano passado foi contratado no estado. Soja, trigo e milho foram as principais culturas seguradas. 96% dos pouco mais de R$ 76 milhões contratados pelos produtores paranaenses foram relativos a essas culturas. "Cada vez mais, o produtor entende que o seguro rural é parte dos custos fixos de produção", considera Dirceu Fruet, da C.Vale. Segundo ele, na região de atuação cooperativa, o índice de recontratação é de "praticamente 100%".

"Evidentemente haverá redução das lavouras seguradas e o Paraná, por ser o grande consumidor de seguro rural no Brasil, será o estado mais afetado pelo corte no orçamento para a subvenção", afirma Wady Cury, diretor técnico da Aliança do Brasil. Ele explica que, para diluir riscos e garantir a saúde do sistema, as seguradoras precisam pulverizar a aplicação dos recursos. "Não estamos diminuindo os recursos disponíveis para a subvenção do prêmio porque queremos. As seguradoras apenas aplicam a política agrícola definida pelo governo federal e distribuem os recursos disponibilizados."