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Plantio direto é usado em 80% das lavouras de grãos, em mais de 30 milhões de hectares | Jonathan Campos/gazeta Do Povo
Plantio direto é usado em 80% das lavouras de grãos, em mais de 30 milhões de hectares| Foto: Jonathan Campos/gazeta Do Povo
Prédio de 915 m2 terá biblioteca, museu, salas de aula e auditório

Os Campos Gerais do Paraná estão perto de se consolidar como polo de difusão do Plantio Direto na Palha (PDP). A região – onde vivem alguns dos pioneiros dessa técnica que revolucionou a agricultura no Brasil nas últimas três décadas e hoje é adotada em mais de 80% das lavouras de soja e milho – terá um Centro de Excelência em PDP, que pretende capacitar e atualizar técnicos, estudantes e produtores rurais.

O projeto, desenvolvido pela Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e o pioneiro Manoel Henrique Pereira, deve receber hoje assinatura do governador Beto Richa. A conclusão da obra está prevista para 2015.

O prédio de 915 metros quadrados será erguido na fazenda escola da UEPG e demandará R$ 2 milhões, que devem ser repassados em duas parcelas pelo estado à instituição de ensino. Se o cronograma de pagamento for cumprido, a inauguração ficará para meados de 2015, estima o pró-reitor de Planejamento da Universidade, Altair Justino. “O projeto de edificações está pronto. Com R$ 1 milhão é possível construir toda a estrutura. A outra parcela de R$ 800 milhões será usada para acabamento e obras periféricas, como estacionamento, por exemplo.”

A obra é um sonho antigo da região, especialmente para o produtor rural Nonô Pereira, um dos pioneiros do PDP. Ele considera que a construção é um passo à frente na consolidação da técnica como tecnologia a favor da produção agrícola e não como um sistema de conservação. “Hoje há falhas na aplicação do Plantio Direto. O aparecimento de ervas daninhas e outras pragas é consequência da falta de orientação técnica. Como vamos ter qualidade sem assistência?”, questiona Pereira.

Prédio de 915 m2 terá biblioteca, museu, salas de aula e auditório

Ele ainda preserva em sua fazenda as máquinas e equipamentos usados nos primeiros experimentos de campo e decidiu doar seu acervo à UEPG. Entre as peças, que ficam guardadas num galpão de 150 metros quadrados, está uma plantadeira trazida ao Brasil por uma missão de alemães na década de 1960.

Compartilhamento

O Centro de Excelência, além de resgatar a história do plantio direto, terá como principal missão formar especialistas, mestres e doutores na adoção da tecnologia. A grade de cursos deve ser criada assim que as obras estiverem avançadas, conforme o pró-reitor da UEPG. “Serão cursos rápidos e de vários níveis, até porque o agricultor não pode ficar muito tempo fora da propriedade”, avalia. Um convênio entre a universidade paranaense e a Cirrad – instituição de pesquisa francesa que nos últimos anos aproxima grupos de estudantes estrangeiros, da Europa, Ásia e África da agricultura brasileira – também deve ser explorado com o novo espaço.

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