Pinhão manso no Paraná

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Umuarama – O Paraná está dando os primeiros passos na produção de pinhão manso, uma das oleaginosas que, tecnicamente, está entre as que tem maior potencial para a produção de biodiesel. A cultura ainda é uma novidade no estado, mas o cultivo do pinhão manso (jatropha curcas) surge como mais uma fonte de diversificação no meio rural, principalmente nas pequenas e médias propriedades.

Os primeiros 100 pés foram plantados há menos de um ano na estação experimental do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em Xambrê, a 30 quilômetros de Umuarama. O pesquisador do Iapar, em Londrina, André Medeiros Romas, informou que a cultura ainda está na fase das pesquisas e de zoneamento no Paraná. Ele prevê para 2008 a distribuição de mudas aos produtores interessados, a partir dos viveiros que devem ser instalados no estado.

Em Umuarama, o diretor da Indústria de Alimentos Zaeli, Valdemir Zago, anunciou que está negociando a instalação de uma fábrica de biodiesel com empresários da China. A unidade terá o pinhão manso como matéria-prima. O investimento e a capacidade de produção da fábrica ainda não foram definidos. Zago afirmou que a empresa fará parcerias com pequenos agricultores da região Noroeste para garantir a produção.

Conforme o Iapar, a cultura do pinhão manso é recomendada para as regiões de clima tropical. O Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) informou que não há registros de plantios no Paraná. Mas a planta se desenvolve bem até em terras de pouca fertilidade e, segundo os técnicos, poderá apresentar bons resultados no Norte e Noroeste do estado. O auxiliar do Iapar, em Xambrê, Francisco Gilberto Bezerra, diz que as 100 mudas plantadas no terreno arenoso se desenvolvem rapidamente e já medem quase um metro.

No Brasil, uma das maiores plantações comerciais está com um ano e foi feita na fazenda Laguna, em Eldorado (MS). O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (Embrapa) no Mato Grosso do Sul, Renato Roscoe, diz que a espécie precisa ser domesticada antes de recomendada para evitar problemas futuros.

A planta

Segundo a Associação Brasileira dos Plantadores de Pinhão Manso, cada planta produz por mais de 50 anos. Sua colheita é anual e dura em média seis meses. O processo é manual e deve ser feito a partir do segundo ano do plantio. É uma planta considerada ecologicamente correta porque, por enquanto, não há indicativos de uso de agrotóxicos.