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Durante quase 70 anos – da segunda metade do século XIX até a década de 1920 –, o Brasil monopolizou o comércio internacional de borracha. Com a revolução industrial e o surgimento dos veículos, que precisavam de pneus para rodar, o país passou a extrair o látex da seringueira (Hevea brasiliensis), planta nativa da Amazônia.

A borracha foi a responsável por um dos mais importantes ciclos econômicos do país, Chegou a representar 25% das exportações nacionais. As capitais do Norte, especialmente Manaus (AM), viveram um surto de crescimento, com a chegada de grandes empresas estrangeiras.

Para manter a rentável produção, o Brasil chegou a comprar um estado. Em 1903, pagou à Bolívia 2 milhões de libras esterlinas e iniciou a construção da ferrovia Madeira-Mamoré para manter a posse do Acre, o principal produtor nacional de borracha, então sob litígio entre os dois países.

A derrocada do ciclo da borracha foi resultado da pirataria de recursos naturais, da qual o Brasil é vítima até hoje, e da ineficácia do sistema produtivo nacional. Em 1876, Henry Wicham colheu sementes de seringueira na Amazônia e as levou a seu país natal, a Inglaterra. Reproduzidas no Jardim Botânico de Londres, as mudas foram plantadas nas colônias tropicais inglesas – Malásia, Cingapura e Ceilão (atual Sri Lanka).

Nesses lugares, a seringueira foi plantada em lavouras, ao contrário do Brasil, onde o látex era recolhido de árvores nativas, no meio da floresta. Como resultado, a borracha inglesa chegou ao mercado mundial custando menos. Já em 1912 a Malásia passou o Brasil em produção. A borracha natural perdeu importância a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com a invenção da borracha sintética, que utiliza o petróleo como matéria-prima.

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