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Umuarama – O cultivo de hortaliças sem o uso de terra atinge apenas 30 propriedades no Paraná, metade delas na Região Metropolitana de Curitiba. A hidroponia, que consiste na utilização da água e nutrientes para alimentar a planta em tubos plásticos afastados do solo, se estabilizou nos últimos dez anos, segundo o coordenador estadual de Agricultura Orgânica e Olericultura da Emater, o agrônomo Iniberto Hamerschmidt.

São aproximadamente 15 hectares de hortas hidropônicas em funcionamento no Paraná. A alface ocupa 95% das áreas. Conforme Hamerschmidt, a cultura é a que possui as pesquisas mais avançadas. Porém, já existem cultivos de tomate, agrião, salsinha e cebolinha pela técnica. Os 30 produtores estão colhendo, em média, 300 toneladas de alface ao ano. Cada horta ocupa menos de meio hectare. A maior propriedade é a chácara da família Strapassom, em Colombo (Região Metropolitana), onde a horta ocupa 2,5 hectares.

O preço é um dos atrativos, principalmente nas grandes cidades. Em Curitiba, segundo a Emater, um pé da alface hidropônica é vendida por mais de R$ 1,00, enquanto o produto convencional custa a metade.

Nas cidades menores, os hidropônicos ainda não são muito populares e enfrentam a concorrência dos produtos de hortas tradicionais. Em Umuarama (Noroeste do estado), uma rede de supermercados vende a cabeça de alface hidropônica pelo mesmo preço – em torno de R$ 0,80 – ou até mais barato que a convencional, principalmente nesta época do ano, quando o clima frio favorece a produção nos plantios em terra.

A única horta hidropônica em Umuarama fica na chácara Águas do Brasil, localizada na localidade de Lovat. Alcindo Alves de Oliveira e a família cuidam de 1.600 metros quadrados de horta em estufas. O investimento chegou a R$ 80 mil, há quatro anos. Os ganhos são considerados satisfatórios.

A assistência técnica é feita o tempo todo pelo filho de Oliveira, Edson Luiz, técnico agropecuário que se especializou no assunto. A família colhe 350 cabeças de alface todos os dias, vendidas em Umuarama. Oliveira também vende mudas para outros produtores da região e está começando a produzir agrião e rúcula na hidroponia.

Entre as vantagens apontadas pelo produtor estão a não utilização de agrotóxico nas folhas e a ausência de pragas. As estufas são totalmente fechadas com plástico e telas, o que evita a entrada de insetos e animais. As folhas crescem por igual e ficam livres do caramujo e de verminoses. Segundo ele, o uso de agrotóxico é mínimo e vai direto na água, que mantém contato apenas com as raízes da planta. Um sistema eletrônico liga e desliga as torneiras a cada 20 minutos.

Um dos cuidados com os hidropônicos, conforme Hamerschmidt, da Emater, é a quantidade de sais minerais. Eles devem ser adicionados na dose certa para não causar problemas de saúde nos consumidores. É por isso que a atividade exige assistência técnica e acompanhamento integral. A Emater planeja para os próximos anos o desenvolvimento de nutrientes naturais para a produção de orgânicos na hidroponia.

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