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Umuarama – A colheita da mandioca no Paraná começou no mês passado e o aumento na oferta do produto fez o preço cair em torno de 15%, segundo informou o presidente eleito da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), Ivo Pierin Júni-or. Ele disse que a queda pode continuar por mais algumas semanas, já que o pico da colheita ocorre em junho e julho no Paraná e em outros estados produtores como Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo, além do Nordeste.

O produtor Valdeziro Alves Rodrigues cultiva 106 alqueires de mandioca em Xambrê e Alto Paraíso, na região Noroeste, e há um mês vendeu a tonelada da raiz por R$ 160. "Agora o preço não passa de R$ 135, mesmo com alto teor de amido", afirmou. Ele também teme uma queda ainda mais acentuada que faça o preço ficar inferior aos R$ 100 que, segundo ele, é o custo de produção na propriedade arrendada, onde colhe em média de 80 toneladas por alqueire.

A redução no preço da mandioca ocorre justamente no momento em que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) encaminha ao Ministério da Agricultura (Ma-pa) uma proposta de elevação nos preços mínimos e espera pela aprovação. Os valores sugeridos não foram divulgados. O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Pro-dutiva da Mandioca e Derivados e conselheiro da Abam, João Eduar-do Pasquini, disse que a proposta já aprovada no Mapa ainda depende de parecer favorável do Ministério da Fazenda. Segundo Pasquini, os preços mínimos do setor de mandioca estão congelados desde 2003, sendo que o preço da tonelada para a regiões Centro-Sul do país é de R$ 54.

Ivo Pierin informou que além de intensificar a colheita nesta época para aproveitar o preço, muitos produtores tem que precisam liberar a área para novos plantios, principalmente quem tem a mandioca completando o ciclo de dois anos.

Área estável

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), informou que o Paraná plantou 175 mil hectares de mandioca na safra 2006/07. A área é semelhante à plantada na safra anterior. Segundo o técnico do Deral, Metódio Groxko, a área tem se mantido no estado nos últimos anos e a estimativa para 2007 é uma produção de 3,7 milhões de toneladas de mandioca. Os maiores produtores são Paranavaí com 50 mil hectares, Umuarama com 33 mil e Toledo, 20 mil. Segundo a direção da Abam, a maior parte da mandioca colhida vai para a produção de fécula e o restante para a produção de farinha. O porcentual depende do preço e demanda do mercado.

Ameaça da cana

O crescimento da cana-de-açúcar, segundo a Abam, não chega a ser uma ameaça para a mandioca, mas poderá aumentar os custos de produção, segundo Pierin. Ele acha que não vai faltar terra para arrendamento, mas o contrato pode ficar mais caro por causa da procura maior. Uma das alternativas para as indústrias, destacou, é investir em área própria para não ficar na dependência de arrendamentos.

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