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O plantio do milho começa nesta semana no Paraná com preço 40% acima do oferecido ao produtor um ano atrás (a R$ 23 por saca de 60 kg). O cereal avança sobre a área da soja, que está 15% mais valorizada (R$ 44/sc) e pode ser semeada a partir do dia 15. Mesmo com motivos de sobra para ampliar o cultivo de verão, o estado esbarra no limite de 5,6 milhões de hectares preparados para a produção de grãos.Os especialistas do setor afirmam que, nesta temporada, o mercado desafia os produtores a ampliarem o tamanho das lavouras, reduzindo pastagens ou investindo em áreas degradadas. "Em área apropriada, o Paraná não tem mais para onde ampliar a produção", afirma a agrônoma Margore­­te Demarchi, do Depar­­tamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Conforme o Deral, o milho terá 882 mil hectares (+15,3%) e a soja, 4,43 milhões (-1%).

Existem áreas degradadas passíveis de aproveitamento não só no Arenito Caiuá (área de 3 milhões de hectares concentrada no Noroeste), mas também nas regiões Norte e Norte Pioneiro, aponta a agrônoma e doutora Vania Di Addario Guimarães, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR). No entanto, observa, a cana-de-açúcar tem se antecipado aos grãos. O índice anual de expansão da cana foi de 7% na última década. A cultura toma espaço de outras culturas e áreas degradadas e deve atingir 600 mil hectares em dois anos. "O produtor opta pelo que dá mais lucro, considerando o investimento necessário e o rendimento possível", pontua Vânia.

Mesmo assim, o aproveitamento das áreas degradadas tem ficado abaixo do esperado pelos defensores da integração lavoura-pecuária-floresta. Os números do Deral mostram que, no início da década, os grãos de verão cobriam 5,8 milhões de hectares. Nos últimos cinco anos, a área se manteve em 5,6 milhões. A variação tem sido praticamente nula.

Segundo a Companhia Na­­cional de Abastecimento (Conab), desde 2002/03, o Paraná cultiva entre 8 milhões e 9 milhões de hectares (verão e inverno). Esta é a décima safra em que a extensão das lavouras segue nessa mesma faixa. O estado levou os dez anos anteriores para ultrapassar a barreira de 8 milhões de hectares.

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