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"Todo o mundo consome todo dia, mas ninguém dá valor", resume o produtor Koso Abe, de Palmas (Extremo-Sul). Quando plantou seus 276 hectares de trigo, o mercado pagava R$ 40 pela saca de 60 quilos. Hoje, quando encontra comprador, consegue no máximo R$ 26. O valor mínimo de referência fixado pelo governo é de R$ 28,80 a saca de trigo tipo pão com pH mínimo de 78. A lavoura, ainda em desenvolvimento, está bonita. Mas, com as chuvas constantes no Sudoeste do estado, a produção de Abe pode ficar abaixo desse padrão. "Já teve uma geada no final de setembro. Só não queimou as plantas porque tinha muito vento", conta.

Oilson Miguel Vargas está terminando de colher os 240 hectares de trigo que cultivou em Cascavel (Oeste). O rendimento, entre 2,3 e 2,4 mil quilos por hectare, é bom, mas a qualidade tem deixado a desejar. Vargas calcula que apenas 10% dos grãos colhidos têm pH padrão 78. O frio prejudicou a qualidade do cereal nas lavouras tardias, que estão saindo do campo com pH 72. "O preço não paga o custo. Quem financiou a lavoura não paga a conta."

"Os moinhos compraram para receber agora sem travar câmbio. Agora, terão que pagar R$ 50 pela saca de produto importado. Com R$ 35 a gente estava feliz", diz Nelson Paludo, produtor em Toledo(Sudoeste) e presidente do sindicato rural do município.

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