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Paraná aguarda publicação de normativa do Mapa para entrar no programa e poder ganhar mercado com certificação especial | Jonathan Campos/gazeta Do Povo
Paraná aguarda publicação de normativa do Mapa para entrar no programa e poder ganhar mercado com certificação especial| Foto: Jonathan Campos/gazeta Do Povo

O programa Produção In­­tegrada Agropecuária (PI Bra­­sil), que certifica produtores que fazem boa gestão da propriedade e permite ampliar a rentabilidade, inaugura uma nova fase nos próximos meses. Até o final do ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pretende publicar as normas técnicas de manejo para 13 novas culturas, sendo 10 do setor vegetal e três do animal. Atualmente, 19 cadeias, todas frutíferas, fazem parte do PI Brasil.

Café, arroz, feijão, amendoim, tabaco, batata, trigo, tomate, gengibre e flores devem fazer parte do programa. No âmbito animal, leite, suíno e gado de corte são as primeiras atividades a fazer parte do programa.

Além de abrir uma nova fatia de mercado que aceitaria pagar mais pelo produto, a adesão ao PI, em alguns casos, reduz o custo de produção. Na propriedade do pecuarista Egon Kruger, em Palmeira, na região dos Campos Gerais, os gastos com a produção de leite diminuíram 15%. Atualmente, o rebanho conta com 80 cabeças.

“Antes [do programa] as coisas não eram todas certinhas. Hoje existe uma empresa na gerência, cuidado com a parte trabalhista e acompanhamento integral do gado e do manejo do milho [plantado no inverno para ser utilizado como silagem]”, diz Kruger. “A implementação passa pela mudança de postura do produtor”, complementa Roberta Mara Zuge, veterinária da Ceres Qualidade Consultoria e Assessoria, que coordenou a norma do leite.

Egon é um dos oito produtores que aceitaram participar do desenvolvimento da norma do leite, por indicação da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH). Durante três anos, entre 2007 e 2009, a propriedade de 100 hectares passou por transformações, que permitem ao pecuarista sonhar com ganhos futuros.

“A expectativa é vender por um preço melhor. Nosso leite é, nos quesitos social e ambiental, correto, o que deve atrair pessoas conscientes que topem pagar mais”, diz a veterinária.

Apesar de o programa existir há uma década e meia, o Mapa não possui es­­ta­­tísticas sobre o número de produtores que aderiram ao programa e nem o volume de produção beneficiado. De acordo com o coordenador de produção integrada da cadeia agrícola da Secretaria de Desenvolvimento Agrope­­cuário e cooperativismo do Mapa, Marcus Vinicius. Ele diz que a única informação é que 20 mil produtores já foram treinados no país e estão aptos a ingressar no PI.

Criado no final da década de 90 por demanda do setor da maçã, que teve uma produção rechaçada pela Europa por conter alto teor de resíduos, o programa tem como premissa básica a adoção de boas práticas. Por meio de um modelo de gestão que envolve desde o atendimento da legislação trabalhista, passando pelo manejo responsável até a separação consciente do lixo, o Produção Integrada quer atingir um público consumidor que se importa com a força de produção do alimento. Com a certificação da propriedade, os produtos recebem o selo ‘Brasil Certificado’.

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