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Eles foram os primeiros a apostar que a agricultura mudaria radicalmente nos anos 70. Adotaram o plantio direto na palha nos Campos Gerais e fizeram os arados caír em desuso. Hoje, dividem o tempo entre a lavoura e as palestras sobre sua experiência, que os transformam em autoridades mesmo em países como os Estados Unidos, referência mundial em tecnologia. Agora, diante da onda do biodiesel, se mantêm inertes. Não acreditam que culturas como girassol, mamona e canola ganhem espaço diante da soja tão cedo. Manoel Henrique Pereira (Nonô) e Franke Dijkstra, os pais do plantio direto, acham que, se o biodiesel trouxer alguma consequência para a agricultura comercial a curto prazo, será nos preços, o que já está ocorrendo.

Com produtividade de 3,6 toneladas de soja e 9,65 toneladas de milho por hectare em Carambeí, Dijkstra afirma que "é muito cedo para se investir" no biodiesel. "As tecnologias ainda estão avançando, é melhor ficar na moita", argumenta. A cultura da mamona ainda não foi mecanizada e o girassol representa risco de disseminação do mofo branco, ameaça direta à soja. O produtor afirma que continuará seguindo a rotação de culturas baseada no milho (600 ha) e na soja (900 ha) na safra 2007/08.

Culturas como o trigo – cada vez mais valorizado por causa da queda nos estoques mundiais e de problemas climáticos – despertam mais o interesse de Nonô Pereira do que as sementes candidatas a fonte de biodiesel. "E ainda não temos tecnologia de trigo. As cinco variedades de sementes disponíveis não são produtivas", reclama. No último inverno, ele cultivou 200 ha com o cereal em Palmeira. No verão, vai plantar 500 de milho e 1 mil de soja.

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