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A utilização do milho na dieta do brasileiro data de antes do descobrimento. Quando os portugueses desembarcaram, novos alimentos à base do cereal passaram a fazer parte dos hábitos alimentares dos índios e dos colonizadores. Na década de 50, o produto começou a perder espaço devido a uma campanha de incentivo ao consumo de trigo.

Hoje, mais de 500 anos depois, os dois cereais continuam disputando o gosto do consumidor. Em diversas aplicações, um pode substituir o outro na composição de pães, massas e bolachas, por exemplo, com o diferencial de que, ao contrário do milho, o abastecimento de trigo depende da importação do produto.

Aldo Sérgio Alves, gerente da unidade industrial de milho da cooperativa Integrada, em Andirá (Norte do Paraná), explica que, sem perder qualidade e com menor custo, o milho pode compor com o trigo na panificação. A vantagem estaria no fato de o milho não conter glúten, uma proteína que pode causar alergia.

Além de ingrediente para rações, o milho serve para alimentos como cereais matinais, salgadinhos, fubás e cremes. Também já podem ser encontrados no mercado pré-cozidos e barras de cereais. Um dos focos da indústria, segundo Cesár Borges, da Caramuru, são alimentos mais elaborados, práticos e que demandem menos tempo de preparo.

No caso da Integrada, 90% dos 15 produtos de milho têm como destino o consumo humano. A lista vai do fubá, pronto para servir, a ingredientes para comida de bebê e matéria-prima para a indústria cervejeira.

A cooperativa tem embarcado produtos para teste de mercado no exterior, como Angola, Egito e países do Oriente Médio e América Latina. A procura, avalia Sérgio Alves, revela que existe uma demanda externa não somente pelo grão, mas por derivados de milho para consumo humano. Recentemente, a indústria recebeu uma consulta da Coréia do Sul para fornecimento de 400 toneladas/mês de canjica para fabricação de cereais matinais.

O consumo humano de milho tem se mostrado estável na última década. O objetivo da Abimilho, que tenta elevar a participação do produto na dieta brasileira há quatro anos, é que esse indicador cresça 10% ao ano, diz César Borges.

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