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Carregador transfere contêineres da ferrovia para navios em Paranaguá. Uso de trem é exceção | Giuliano Gomes
Carregador transfere contêineres da ferrovia para navios em Paranaguá. Uso de trem é exceção| Foto: Giuliano Gomes

O aumento da criação e do processamento de frango no Paraná e em Santa Catarina ganha lastro logístico. Projetos de construção de ferrovias e investimentos nos portos marítimos tentam acompanhar o novo ritmo de atividade, sobretudo para utilização dos terminais de Itajaí e Paranaguá — primeiro e segundo maiores exportadores do produto, respectivamente.

Com 1,3 milhões de toneladas embarcadas em 2013 (35% do volume nacional), o terminal catarinense tem liderança com folga, apontam dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume inclui as cargas do porto vizinho, de Navegantes (SC), e de terminais privados como o Braskarne, que pertence à multinacional JBS. O principal volume vem da APM Terminals, que movimenta cerca de 2 mil contêineres de frango por mês no porto. Conforme o diretor superintendente da APM, Ricardo Arten, a infraestrutura local, com capacidade de armazenagem de sobra, favorece a liderança nas exportações.

Avanços na infraestrutura, como a modernização do porto e a construção de uma ferrovia ligando o Oeste de Santa Catarina ao litoral, prometem alavancar as movimentações, aponta Arten. No curto prazo, o plano é atacar a ociosidade da estrutura. “Além do crescimento orgânico, queremos ampliar nossa participação de mercado, com um crescimento de 12% a 15% no volume em 2015”, revela.

Parte dos projetos catarinenses começa a sair do papel. No caso do trem, a obra é chamada de “ferrovia do frango” e recebeu aval do governo federal para realização de estudos de viabilidade econômica. No terminal de Itajaí, a meta é investir um total R$ 600 milhões até 2018, tendo como principal obra a construção de uma nova bacia de evolução, que vai permitir a entrada de navios maiores.

Conforme o diretor-executivo do porto, Heder Moritz, isso vai permitir a entrada de navios com até 380 metros, ante 307 metros da capacidade atual. “Alguns navios maiores já tem se deslocado para outros portos, mas com essas obras vamos continuar competitivos”, pontua. Hoje, 20% da carne de frango exportada via Itajaí é paranaense.

O Paraná, que detém 27% da exportação nacional no porto de Paranaguá, os embarques são executados pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Conforme o diretor superintendente da empresa, Juarez Moraes e Silva, o fato de já possuir uma ferrovia instalada representa uma vantagem para ampliar a participação de mercado. “No ano passado, operamos 2 mil contêineres por mês na ferrovia e para 2015 a meta é chegar a 9 mil contêineres ao mês, graças a uma série de investimentos realizados”, revela.

O governo federal articula a modernização da atual ligação ferroviária entre o Oeste paranaense e o litoral, mas por enquanto projetos de outras regiões têm sido prioridade.

Por essa razão Silva vê com pessimismo os prazos para início das obras. Hoje 30% das cargas de aves chegam ao TCP sobre trilhos e 70% de caminhão, indica.

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