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Colheita frustrante no Rio Grande do Sul reduz oferta nacional de trigo. | Fotos: Hugo Harada/gazeta Do Povo
Colheita frustrante no Rio Grande do Sul reduz oferta nacional de trigo.| Foto: Fotos: Hugo Harada/gazeta Do Povo

O Rio Grande do Sul confirma nesta semana quebra na produção de trigo acima da estimada inicialmente. Na região de Santa Rosa (Noroeste), que colhe primeiro, a perda em volume chega a 50% e, da parcela colhida, mais da metade não tem qualidade para render farinha, conforme produtores e agrônomos da região entrevistados pela Expedição Safra Gazeta do Povo.

Como o Paraná também registrou perdas, avaliadas em 5% pelo Departamento de Economia Rural (Deral), está descartada a safra nacional de 7,7 milhões de toneladas prevista pela Conab.

As informações do setor produtivo apontam para volume mais próximo dos 6 milhões de toneladas colhidos em 2003 -- considerando o trigo aproveitável na alimentação humana. Esse é o volume recorde do país.

O trigo plantado no início da janela agroclimática rendeu bem, mas o que teve de ser plantado mais tarde por excesso de chuva (mais de um terço das lavouras) teve quebra acentuada. "Aquela primeira leva é pequena, representa uns 10%. A maior parte das lavouras não rende praticamente nada", disse Gilmar Vione, agrônomo da Emater que acompanha a produção de 45 municípios na região de Santa Rosa.

A colheita gaúcha chegou a 25% nos últimos dias. No Noroeste, lavouras que renderam 2,8 mil quilos por hectare um ano atrás agora estão dando 1,4 mil kg/ha. O estado ainda tem um terço da safra de trigo em enchimento de grãos, que pode aliviar o impacto das perdas "totais".

Das 3 milhões de toneladas esperadas, uma pode ter sido comprometida por redução de volume e perda de qualidade. Os técnicos ainda não chegaram a um denominador comum. Em relatório divulgado nesta quinta-feira à tarde, a Emater gaúcha considera que "é prematuro estabelecer um número ou um percentual para o estado como um todo, uma vez que ainda resta muito por colher". Por outro lado, considera "certo que o Rio Grande do Sul não repetirá os excelentes números obtidos nas duas últimas safras". O Paraná espera encerrar a colheita em 3,9 milhões de toneladas.

O produtor Jorge Dal Forno conta que lavouras de trigo bom para farinha são exceção na região de Cruz Alta (RS). "Ainda bem que reduzi a lavoura de 700 para 500 hectares." Ele foi uma exceção. A maioria dos produtores de sua região terá de acionar seguro ou Proagro.

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