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Pato Branco - À medida que as colheitadeiras avançam, os produtores da Região Sudoeste do Paraná percebem que os altos e baixos dos efeitos do fenômeno La Niña sobre a agricultura se anulam. As áreas mais problemáticas estão, ao contrário do que se previa, em regiões onde sobrou água. A tarefa de retirar a produção do campo, no entanto, depende neste momento de uma pausa nas chuvas.

As previsões de pancadas de chuva em todas as regiões do estado para esta semana preocupam o setor. Por outro lado, a tendência é de redução nas precipitações a partir de agora, permitindo que a colheita finalmente saia da casa de 1% e ultrapasse os 5%. O problema é a queda na qualidade dos grãos, com casos concretos de perda, e a expansão da ferrugem. Dos 612 casos registrados até ontem, 260 ocorreram no Paraná.

Com cerca de meio milhão de hectares plantados com soja, o equivalente a 11% da área total destinada à cultura no Paraná, o Sudoeste iniciou a colheita de milho e soja com bons rendimentos. As marcas mais comuns são superiores às alcançadas na temporada passada.

No entanto, o alto volume de chuvas registrado em janeiro e fevereiro agora é problema concreto. Em pontos isolados, chegou a chover mais de 400 milímetros em 12 dias, relataram os produtores. Em 700 hectares de soja de Nelson de Bortoli, 500 estariam perdidos. Ele estima prejuízo de R$ 1,5 milhão.

A avaliação geral, porém, é que casos isolados não devem derrubar o índice médio de produtividade do Sudoeste. Presidente de um os maiores grupos sementeiros do país, com fazenda no município de Renascença, Fernando Guerra revela que os agricultores da região não pouparam esforços ao investir em alta tecnologia neste ano. Ele acredita que irá colher até 70 sacas por hectare nesta safra, contra 60 colhidos ano passado. A esperança está sustentada na aparência das plantas da região. Muitas vagens apresentam formação de quatro grãos de soja.

Em Coronel Vivida, as lavouras também mostram vigor. Com 550 hectares semeados com soja, Euclides Munaretto pretende retirar 65 sacas por hectare do campo, ante 58 sacas por hectare colhidos na safra 2009/10. "Fiz três aplicações de fungicidas e garanti o sono", conta o produtor, que deve dar a partida nas colheitadeiras até o final deste mês.

Na mesma região de Muna­retto, os produtores também identificaram problemas com ardido. "A maioria aplicou dessecante para conseguir fazer a safrinha logo em seguida. Depois de aplicar o produto, choveu 10 dias seguidos, potencializando o problema", explica Munaretto.

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