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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês) surpreendeu o mercado novamente ao apresentar projeções acima do esperado para a safra norte-americana de grãos.

Em relatório divulgado na manhã desta quinta-feira (11), o órgão elevou a colheita da soja para 77,8 milhões de toneladas – cerca de 1 milhão de toneladas acima da expectativa do mercado. Ainda assim, o volume estimado é 8% abaixo do registrado na temporada passada, quando os campos do Hemisfério Norte renderam 83,1 milhões de toneladas.

O aumento na produção se deve a uma revisão nos índices de produtividade das lavouras do país. Para a soja, a produtividade subiu de 2,3 mil kg/hectare (39,5 scs/ha)para 2,5 mil kg/hectare (42,37 sc/ha).

No quadro do milho, o Usda efetuou corte na estimativa de produção, que agora é avaliada em 271,9 milhões de toneladas, contra uma expectativa de 269,2 milhões de toneladas e 13% abaixo dos 313,8 milhões de toneladas retiradas das lavouras em 2011/12. A mudança é reflexo de uma redução na produtividade do cereal, que caiu cerca de uma saca por hectare, de 7,7 mil kg/ha (128,45 sacas) para 7,6 mil quilos (127,6 sacas).

Consumo cresce Ao mesmo tempo em que ampliou a oferta de soja, o Usda aumentou também o consumo pela oleaginosa. Neste quesito, o principal destaque apresentado no relatório diz respeito às importações chinesas.

O país asiático continuará firme na ponta compradora. De acordo com o Usda, a China deve buscar 61 milhões de toneladas de soja de outras nações, principalmente do Brasil, Estados Unidos e até mesmo da Argentina. No ciclo 2011/12, os chineses compraram 58 milhões de toneladas do produto no mercado internacional, conforme os dados divulgados hoje.

Com maior produção disponível, os norte-americanos devem recuperar parte do mercado global. A previsão de exportações do país subiu de 28,7 milhões de toneladas em setembro para 34,43 milhões de toneladas em outubro.

Outro dado destacado no quadro de oferta e demanda global diz respeito as exportações brasileiras de milho, que tiveram incremento de 1 milhão de toneladas. Com a quebra de mais de 100 milhões de toneladas nos Estados Unidos, o Brasil deve embarcar 16 milhões de toneladas do produto, contra 15 milhões estimadas no relatório do mês passado.

ReflexoApós a publicação dos números oficiais dos Estados Unidos, o mercado de commodities agrícolas fechou com fortes valorizações na Bolsa de Chicago, que é referência mundial na formação de preços.

O contrato novembro/12 da soja terminou o dia com alta de 25 pontos, cotado a US$ 15,48 por bushel (o equivalente a US$ 34,05 por saca de 60 quilos). O milho também seguiu a onda de altas e fechou o pregão valendo US$ 7,73 por bushel (US$18,24 por saca), com base no vencimento dezembro/13.O impulso dos preços é provocado principalmente pelos números referentes ao consumo de grãos, apostam analistas.

Expedição A Expedição Safra Gazeta do Povo conclui esta semana o roteiro de viagens pelos principais estados produtores de grãos dos Estados Unidos. Nos primeiros dias de visitas pelo Corn Belt, o cinturão do milho, a equipe de jornalistas havia conferido com os agricultores do país a tendência de aumento na safra norte-americana.

As informações completas dessa incursão pelo maior produtor de soja e milho do mundo serão publicadas ao longo desta semana no site da Expedição Safra (WWW.expedicaosafra.com.br) e no caderno Agronegócio da Gazeta do Povo, na terça-feira.

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