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A confirmação de quebra de em média 45% na safra de milho de verão no Sudoeste do Paraná está fazendo com que muitos produtores aumentem a área de cultivo do cereal na segunda safra, a chamada safrinha. Dados preliminares de campo levantados pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) indicam que o milho deve ter um incremento de pelo menos 8% sobre a área do ano passado, atingindo mais de 72 mil hectares cultivados. Segundo dados do Deral, na safrinha 2008 foram plantados cerca de 66 mil hectares na região. Se o plantio previsto para este ano se confirmar, o potencial produtovo das lavouras de milho safrinha do Sudoeste paranaense será superior a 120 mil toneladas.

O trabalho de plantio começou na microrregião de Francisco Beltrão ainda nas primeiras semanas de janeiro, após a a retirada do milho para silagem, do fumo e do feijão. Em alguns casos, produtores estão aplicando dessecante e antecipando a colheita da soja precoce para plantar o milho. O plantio deve se estender até o fim da primeira quinzena de fevereiro, quando estreita a janela de cultivo para escapar das possíveis geadas do final abril e início de maio.

Segundo o técnico do Deral na microrregião de Francisco Beltrão, Antoninho Fontanella, que estava nesta semana a campo verificando as estimativas de perda da safra de verão e plantio da safrinha, constata que os agricultores estão motivados a investir na segunda safra. "Pelo que percebemos mais da metade da área já foi plantada e o pessoal está querendo aumentar. Eles querem tirar o prejuízo com a seca, e a safrinha pode ser o meio mais rápido para isso", observou, lembrando que parte dessa área de milho vai para silagem.

Exemplo confirmado pelo agricultor em Renascença, Luiz Báu. Ele voltou a plantar milho no local onde fez silagem, para utilizar a palha para o mesmo fim no início de abril. "Como trabalho com produção de leite, tem que garantir o alimento das vacas. Além do pasto e da ração, a silagem faz o complemento e reduz o custo de produção", frisou.

Feijão

Já na região de Pato Branco, a preferência dos agricultores está no feijão. Juntas, essas microregiões devem atingir cerca de 54 mil hectares na safra da seca. Conforme o técnico do Deral em Pato Branco, Ivano Carniel, a área plantada só não será maior por falta de semente. A escassez de chuva provocou quebra de até 70% na produção da primeira safra de feijão e comprometeu a qualidade do grão que sobrou.

O produtor Ivo Pólo, de Pato Branco, explica que o feijão possibilita maior margem de lucro. Ele segue a recomendação técnica de não plantar milho em cima da própria palha. "O milho na nossa região pega muitas doenças e ainda pode sofrer com o clima frio. Já o feijão tem um ciclo mais curto. Se der uma geada na metade do mês de abril não terá problema", ressaltou o produtor, que plantou 72 hectares da safra da seca nesta semana no mesmo dia em que colheu o milho.

A estimativa inicial do Deral aponta ainda que serão cultivados na segunda safra na região algo em torno de 30 mil hectares de soja, com previsão de colheita de 45 mil toneladas.

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