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O plantio do que pode ser a maior safra brasileira de soja da história está autorizado para começar nos dois principais produtores nacionais – Paraná e Mato Grosso. Ambos os estados só esperam o início das chuvas para dar início aos trabalhos. Há uma preocupação de que a umidade necessária para a preparação do solo atrase, mas os produtores mantêm a intenção de expandir a área plantada em pelo menos 7%, segundo estudo divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os preços remuneradores da oleaginosa estimularam o avanço das lavouras sobre áreas destinadas a culturas de menor liquidez ou mesmo sobre pastagens. Com os estoques globais do produto em níveis muito baixos, a pressão para que o Brasil colha um volume recorde é cada vez maior. A previsão é de que o país produza mais de 80 milhões de toneladas de soja em 2012/13, superando pela primeira vez a safra dos Estados Unidos.

Em Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa, a demora das chuvas pode adiar as atividades no campo para a segunda quinzena de outubro. E como os produtores locais pretendem semear milho logo após a colheita da soja, repetindo o bom resultado da produção do cereal em 2012, a possibilidade de atraso no plantio da soja preocupa o setor. "Talvez seja o grande desafio da temporada", diz Daniel Latorraca, gestor do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Para José Varago, superintendente-técnico da Coamo Agroindustrial Cooperativa, no Paraná, a demora vai gerar "no mínimo um transtorno, senão prejuízo" para os produtores. "Vai atropelar as coisas", alerta Varago. Só a Coamo deve cultivar 1,2 milhão de hectares com soja no Paraná (e chegar a 1,8 milhão de ha, considerando as áreas da cooperativa em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul), o que equivale a 26% do total a ser semeado no segundo maior produtor em 2012/13.

Neste ano, o cultivo do milho safrinha em Mato Grosso ocorreu até a segunda quinzena de fevereiro, dentro do período ideal, porque as sementes de soja foram colocadas no solo no início de outubro. Para Latorraca, com o milho safrinha entrando mais tarde no campo em 2013, o rendimento das lavouras pode ser menor que o de 2012, quando o estado colheu uma produção duas vezes maior, superando 14 milhões de toneladas. "Quanto mais tarde, maior o risco (de perdas)", lembra Luiz Nery Ribas, engenheiro agrônomo e gerente de Relações Institucionais da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja).

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