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O aumento dos recursos para subvenção e a ampliação das áreas e culturas cobertas prometia transformar 2007 no ano do seguro agrícola no Brasil. Mas não foi bem isso que aconteceu. Nem mesmo a participação do governo federal, que assume 50% do valor do prêmio, é suficiente para garantir a adesão do produtor rural.

Na fase final de plantio da safra 2007/08, os números revelam que o mecanismo financeiro de proteção da lavoura ainda não consegue seduzir o campo. Dos R$ 100 milhões disponibilizados para subvenção, apenas R$ 60 milhões devem ser utilizados. Os agentes financeiros queriam mais, embora reconheçam que houve um avanço em relação ao ano passado, quando somente a metade dos R$ 60 milhões foi aplicada.

Cezar de Col, gerente de agronegócio da Superintendência do Banco do Brasil no Paraná, admite que esperava um incremento maior, "mas as contratações do seguro seguem o ritmo do ano passado". Na sua avaliação, "quem está no seguro é porque tem tradição. Ainda não estamos conseguindo atender o público que está fora". Ele lamenta a dificuldade de agregação e diz que o banco estuda novas maneiras para chegar até esse produtor.

O Paraná representa 70% das apólices e 58% do valor liberado pelo Banco do Brasil para subvenção em todas as agências do país. A instituição concentra de 70% a 80% desse mercado. Da estimativa de R$ 60 milhões, pelo menos R$ 30 milhões devem ser para contrações efetuadas no estado.

A intenção de cobrir 15% da área cultivada nesta safra fica comprometida. O número final só deve sair com o encerramento do cultivo, em dezembro. Na safra passada, 10% dos cerca de 10 milhões de hectares cultivados tinham seguro no estado, conforme o Ministério da Agricultura. No país, a previsão era de que o índice de cobertura atingisse 8% da área, desde que os R$ 100 milhões fossem usados. A projeção considerava que a área nacional segurada passaria de 1,5 para 5 milhões de hectares.

O produtor Arno Dresch, de Toledo (Oeste do Paraná), segurou 100% dos seus 200 hectares de soja e 50 de milho. Ele é um dos agricultores que se encaixa na avaliação feita pelo técnico do Banco do Brasil. Dresch conta que sempre contratou proteção para sua lavoura, utilizando mecanismos como o Proagro, por exemplo. Agora, com a subvenção de 50% ele conta que conseguiu cobrir toda a área, que antes era segurada parcialmente. O agricultor considera que as novas regras são interessantes e que, se o índice de contratação ficou aquém da expectativa, é porque faltou mais divulgação e esclarecimento sobre o produto. "Seguro a gente faz para não usar. É apenas um garantia maior na atividade."

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