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Chefes têm missão de catigar consumidores com inovações | Jonathan Campos / Gazeta Do Povo
Chefes têm missão de catigar consumidores com inovações| Foto: Jonathan Campos / Gazeta Do Povo
Chefes têm missão de catigar consumidores com inovações

Até há pouco tempo, a produção de tilápia, no Paraná e também no Brasil, se destinava principalmente aos pesque-pague e ao comércio em feiras, sem grande apelo junto ao consumidor. Graças a campanhas e eventos mostrando que é peixe de carne refinada e de preço acessível, a espécie passou a entrar no cardápio de restaurantes e nos balcões dos supermercados. Seu requinte a transformou em sashimi, por exemplo. E a produção se tornou bom negócio no campo, com mercado fiel e crescente.

A tendência é o consumo aumentar cada vez mais, prevê Bruno Heller Mylla, chefe executivo do Ristorante & Caffè PaneOlio, que oferece diariamente a proteína em seu cardápio. Por mês, são consumidos 200 quilos no restaurante curitibano, em pratos requintados. Formado no curso do Senac, em 2004 e graduado em Tecnologia em Gastronomia, ele diz que, quando um produto não tem boa aceitação pelo consumidor, mas tem qualidade, é preciso torná-lo atraente.

Segundo Mylla, cabe aos chefes de cozinha, formadores de opinião, quebrar resistência e incentivar o consumo com pratos de qualidade. “Só trabalhamos com tilápia fresca, entregue no dia.” Foram necessários cinco anos de trabalho para se chegar a um resultado satisfatório.

Na semana passada, durante o encerramento da Expedição da Avicultura 2014, na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), Darci Piana, presidente da entidade, lembrou que, a exemplo de uma Semana Gastronômica, em 2007, voltada para a tilápia, que fomentou o consumo dessa proteína, o mesmo pode ser feito com a carne de frango. A aposta é que pratos mais elaborados podem dar novos status a essa proteína e fomentar ainda mais o consumo.

Estratégia

O gestor do restaurante-escola do Senac e das semanas gastronômicas que inseriram no mercado a tilápia, Lúcio Marcelo Chrestenzen, afirma que os eventos fomentam as cadeias produtivas. Ele lembra que, com a tilápia, houve demanda maior de trabalho do que deve haver com o frango porque era um produto desconhecido do público.

O caso do frango é até mais fácil, por já ser um produto tradicional, que faz parte do dia a dia das pessoas e é oferecido por boa parte dos restaurantes, avalia. “O potencial é grande, por ser uma carne delicada que combina com dietas leves, apesar de normalmente não ser o prato principal.”

Chrestenzen sugere o refinamento dos pratos, que podem se equiparar, por exemplo, à carne de vitela no “saltimbocca”, uma especialidade italiana. “Podemos fazê-lo com filé de frango, uma folha de sálvia e presunto parma”, avalia.

No almoço na Fecomércio, ao final do evento de da Expedição Avicultura, foi servido fricassê de frango à moda clássica, entre as várias opções de pratos com esta proteína. “É um prato com molho aveludado à base de vinho. Fica delicado, refinado e muito saboroso. Os presentes puderam constatar isso. Por isso, o frango ainda tem mercado a ser explorado”, avalia Chrestenzen.

Conferência com carne branca

A Expedição Avicultura 2014 realizou conferência seguida de almoço à base de frango na última semana, na sede da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio). O encontro, com empresários e lideranças da cadeia avícola, marcou o encerramento da segunda edição do projeto, que diagnosticou as perspectivas da carne branca mais consumida do mundo. Uma série de quatro reportagens aponta que as redes integradas de produção realizam investimentos de peso, enquanto projetos de infraestrutura, como a ligação ferroviária entre o Oeste de Santa Catarina e o Porto de Itajaí, começam a sair do papel. A terceira edição deve ocorrer em 2015, com apoio do setor.

Na web

Expedição Avicultura

Confira as reportagens especiais realizadas durante 5,6 mil quilômetros de viagens por Paraná e Santa Catarina no site www.expedicaoavicultura.com.br

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