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Em meio ao rebanho branco e preto surgem novidades. São os bezerros que lembram a aparência da vaca holandesa, mas com tons avermelhados e marrons. É o "sinlandês", como brinca o criador Alberto Reinaldo Los, chamado de "louco" pelos colegas por arriscar uma nova genética no rebanho. A nova raça é uma mistura do simental, produtor potencial de carne, com o gado holandês, que bate as demais linhagens na produção de leite.

Incentivos para a experiência não faltaram. Ele tem um vizinho criador de simental que queria divulgar a raça, leu tudo que encontrou sobre a mistura e ainda foi orientado pelo criador paulista Francisco Siervo Neto, pioneiro em defender o cruzamento no Brasil. Há pelo menos dez anos, a mistura é feita nas fazendas da Europa e dos Estados Unidos. "Se o cruzamento de simental com gado holandês deu certo lá, é porque não é de todo ruim", comenta Los, que vai começar a conhecer os primeiros frutos dentro de um ano e meio.

Ele tem 15 animais meios-sangues na fazenda Bela Vista, em Carambeí. Algumas vacas já estão inseminadas. Los, que não nega a cultura holandesa, inclusive por ter construído um moinho no quintal para embelezar a caixa d’água e ao mesmo tempo lembrar a tradição da sua família, tem 140 animais puros em lactação que produzem 3.850 litros de leite por dia.

A opção pelo cruzamento, além de ser um desafio para a família – que cria gado holandês puro desde a década de 60, com a coordenação do patriarca Theodoro Los –, tem objetivo econômico. "O meio-sangue é mais resistente, rende mais carne e não dá muita diferença de leite com relação ao gado holandês. Além disso, você economiza pelo menos 80% nos gastos veterinários", explica.

A nova raça pode ser uma saída em tempos de crise. Como atualmente o custo de produção por litro de leite está no mesmo patamar do preço pago pelo laticínio, muitos produtores da vizinhança estão vendendo matrizes ou reduzindo a produção por animal para evitar prejuízos. "Eu ainda não vendi nenhum animal", conta Los, lembrando que a vaca holandesa não pega bom preço no mercado de corte.

Demonstração

Como o meio-sangue tem mais rendimento de carcaça, pode alcançar melhor preço quando vendido em frigoríficos. O teste ocorreu em agosto, durante a Agroleite, em Castro. Los abateu um garrote de 9 meses que rendeu 225 quilos, ou seja, quase 15 arrobas. O rendimento da carcaça foi de 58%, enquanto que a média das raças de corte oscila entre 54% e 56%.

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