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As exportações do agro­­­­­negócio, que sustentam superávit da ba­­­lança comercial na­­­cional há dez anos, não têm sido suficientes para superar as importações dos demais setores no Paraná nos últimos sete meses. Apesar de os embarques terem aumentado, os gastos em compras no exterior cresceram ainda mais.

O quadro pode se reverter rapidamente – o déficit caiu a US$ 21 milhões em março, tendo chegado a US$ 419 milhões em janeiro –, mas mostra como o contínuo aumento nos embarques se tornou necessário para o equilíbrio econômico interno. E enquanto as exportações forem baseadas em produtos de baixo valor agregado, como a soja, o risco de déficits continuará presente. A importação de industrializados alcança facilmente os valores recebidos na venda dos grãos. Com o câmbio desfavorável à indústria nacional, não há soja suficiente para cobrir as contas, mesmo num ano de safra recorde.

E isso está acontecendo no estado apontado como referência em agroindustrialização. Onde as cooperativas vêm es­­­truturando processadoras há duas décadas e são capazes de preencher boa parte das prateleiras de alimentos dos supermercados com suas marcas.

Os déficits são um alerta para que esse processo de agroindustrialização e o de criação de outros polos industriais, como o de geração de energia, por exemplo, sejam estimulados. O equilíbrio das contas no longo prazo depende de controle de gastos, sim, mas se sustenta essencialmente em uma receita maior.

É preciso ir além de transformar grãos em carne ou óleo e cana em açúcar e etanol como forma de agregar valor aos produtos da pauta de exportação. Deve-se buscar mercados para alimentos mais sofisticados e para artigos industriais de alto valor no mercado internacional. Isso sem desprezar a vocação para o agronegócio. O desafio é se reinventar sem perder a identidade.

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