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Depois de pelo menos dois anos no vermelho, o agronegócio começa a juntar os cacos e colocar a casa em ordem. No Paraná e no Brasil, o crescimento da produção de grãos não chega a ser recorde, mas deve ter um dos melhores resultados da história.

Entre os fatores que colaboram para o desempenho satisfatório está o clima, apontado como o principal responsável pelo otimismo que volta a contagiar o campo. Por ou-tro lado, a cotação internacional garante, pelo menos por enquanto, uma sustentação de preços dentro ou até acima da média histórica.

Levantamento do Rumos da Safra aponta que o estado deve colher perto de 12 milhões de toneladas de soja e mais de 8 milhões de toneladas de milho (primeira safra). Os números, ainda a confirmar – as duas culturas estão em fase final de colheita –, ficam próximos da produção obtida na safra 2002/03, quando o Paraná colheu 11,01 milhões (t) de soja e 8,36 mi-lhões (t) de milho.

Se comparado com a previsão inicial do Rumos da Safra, feita entre os meses de setembro e outubro, o resultado final da produção 2006/07 apresenta variação positiva. A estimativa era de uma produção de 11,09 milhões (t) para soja e 6,93 milhões (t) para o milho. O melhor desempenho verificado ao final do ciclo está relacionado, basicamente, ao preço internacional dos grãos e ao comportamento do clima, soma que estimulou a ampliação de área e o incremento em tecnologia.

Em relação à safra anterior, o resultado da soja deve ser quase 30% superior; já o milho deve render 15% a mais. Os números mostram um crescimento significativo, mas o analista técnico-econômico da Ocepar, Robson Mafioletti, lembra que no exercício anterior a produção teve seu desempenho prejudicado pela estiagem. Ou seja, "crescemos em cima de uma base pequena".

Mas essa comparação não desmerece o bom resultado da safra em curso, explica Mafioletti. "Não se trata de um ano espetacular, mas recuperamos o potencial produtivo."

Com raras exceções, provocadas por veranicos localizados e controle ineficiente de doenças, de um modo geral as lavouras foram bem. Mas nem tudo está resolvido. O passivo acumulado de anos anteriores não deixa a conta fechar. Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura (Faep), destaca que serão necessários de dois a três anos como este para o agricultor equacionar suas finanças.

Na avaliação do técnico, a dívida de custeio do exercício 2006/07 não será problema. A dificuldade está nas dívidas que foram alongadas. Compromissos de 2005 e 2006 foram renegociados e começam a vencer em 2007 e 2008, alerta Loyola. Somente o Banco do Brasil, que responde por 80% das operações de crédito agrícola no sistema bancário, renegociou R$ 8,6 bilhões no país e R$ 1,8 bilhão no Paraná. A dívida total, no entanto, é bem maior – a vencer este ano são mais de R$ 20 bi-lhões, segundo cálculo do setor, que considera compromissos com fornecedores de insumos, tradings e cooperativas em todo o país.

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