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Competição no campo gera aumento de produtividade. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Competição no campo gera aumento de produtividade.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

No Brasil, um concurso promovido há dois anos consecutivos pela multinacional Syngenta aumentou em até 110% a produtividade de soja, milho e trigo.

O resultado do concurso revela a lacuna da falta de a assistência técnica nas lavouras do país. Apenas no Paraná, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural estima em 100 mil o número de propriedades sem orientação (há 371 mil imóveis rurais no estado, segundo o Serviço Florestal do Brasil).

Chamado de Plataforma de Produtividade Integrada (PIN), o concurso trabalha somente com insumos da marca Syngenta, bancados pelos produtores. O projeto começa com a seleção de agricultores em eventos realizados em todo o Brasil antes das safras. As pessoas destinam parte de suas lavouras ao PIN. No programa deste ano são 2.246 produtores, com 182.455 hectares. No fim, os vencedores de cada categoria participam de um evento de premiação em um hotel, em Foz do Iguaçu.

Em Floraí, Noroeste do Paraná, o produtor Paulo Cezar de Mello Falavigna conta que sua mãe, Cecília Falavigna, destinou ao programa oito hectares de soja, dos 726 hectares semeados. Enquanto na área de plantio convencional o rendimento foi de 66,1 sacas por hectare, no terreno destinado ao PIN a colheita foi de 92,9 – aumento de 40%. “Hoje só não temos como arriscar a propriedade inteira com tecnologia de ponta porque o seguro não cobre em caso de intempéries climáticas”, diz.

No país a produtividade dos 10 primeiros colocados do PIN na soja foi de 103 sacas por hectare, enquanto a média nacional é de 48,9% (diferença de 110%). No milho a média no Brasil é de 81,4 e a do PIN de 149 sacas por hectare. No trigo, a elite do PIN entrega 79,6 sacas por hectare, enquanto a média do país é de 48,7.

João Paulo Zampieri, diretor da Unidade Sul da Syngenta, garante que o aumento ocorre na produção sem pressionar o uso de mais insumos. Detalhes como a regulagem de máquinas, análise de solo e revisão nas dosagens na hora de aplicar defensivos agrícolas são exemplos de práticas adotadas no PIN. “Você põe um técnico do lado do produtor e eles são monitorados, têm um desafio e um concurso, eles vão buscar o que há de melhor”, analisa.

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