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Trabalhos de retirada da oleaginosa dos campos está na reta final no Brasil, que neste ano teve potencial produtivo comprometido por estiagens no Paraná, Goiás e em estados do Centro-Norte. | Marcelo Andrade/gazeta Do Povo
Trabalhos de retirada da oleaginosa dos campos está na reta final no Brasil, que neste ano teve potencial produtivo comprometido por estiagens no Paraná, Goiás e em estados do Centro-Norte.| Foto: Marcelo Andrade/gazeta Do Povo

O Brasil tinha a chance de aliviar a quebra climática na produção de grãos registrada no Sul com recordes na nova fronteira agrícola do Centro-Norte. Mas Maranhão, Piauí e Bahia também registram queda de produtividade em função da irregularidade das chuvas e do calor, conferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo, em viagem de 6 mil quilômetros para percorrer a região na última semana.

Os dados do MaToPiBa – região que produz 10% da soja e 14% do milho de verão no Brasil e abrange também Tocantins, onde a safra está melhor – antecipam a tendência dos números finais da temporada 2013/14. O país colhe perto de 88 milhões de toneladas da oleaginosa e 34 milhões de toneladas do cereal. A produção de soja caiu 2 milhões de toneladas em relação ao potencial da época do plantio, com problemas concentrados no Paraná. O milho está confirmando variação pequena.

Recuperação

Com um terço da área colhida, Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia perdem 730 mil toneladas de soja e milho em relação ao potencial de plantio. Por outro lado, conseguem incrementar a produção em 5% na comparação com 2012/13, quando houve uma seca severa na nova fronteira agrícola.

A quebra da temporada passada foi considerada a maior em pelo menos dez anos, castigando Piauí e Bahia. Nesta colheita, o MaToPiBa obtém 3 milhões de toneladas a mais na produção de soja e milho, somando 13,7 milhões de t.

O volume total projetado mantém a região como o “quarto maior produtor” no ranking nacional. Porém, em relação ao potencial previsto em novembro, no final do plantio, houve perda de 5% ou 447 mil toneladas de soja e 283 mil toneladas de milho.

A redução é resultado de dois veranicos, entre dezembro e fevereiro, que castigaram principalmente as primeiras áreas cultivadas, relataram produtores e técnicos.

A maior perda ocorre na Bahia – 268 mil toneladas de soja e 20 mil de toneladas de milho. Além das chuvas abaixo da média, houve um período de mais de 20 dias de seca no estado, que contabiliza a segunda quebra consecutiva. “Temos soja de 8 e de 80 sacas por hectare. Mas, no geral, estamos colhendo muito mais do que no ano passado”, ameniza Vanir Kolln, presidente do Sindicato Rural de Luis Eduardo Magalhães.

A colheita segue a todo vapor. Os trabalhos de retirada dos grãos estão adiantados em relação ao ano passado, o que tende a favorecer a produção da segunda safra de milho. O excesso de chuvas, porém, ameaça atrasar a colheita no Piauí e na Bahia. “Apesar de mais da metade da área ainda não ter sido retirada do campo, a produção está definida. Os rendimentos das lavouras ‘verdes’, de ciclo mais longo, puxam para cima as médias de produtividade da região daqui pra frente, se a chuva não atrapalhar”, avalia o agrônomo Mário Bitencourt, da Caixa Econômica Federal, que acompanhou a Expedição.

As perdas do ciclo atual estão concentradas nas áreas cultivadas com sementes de ciclo precoce, que permitem colheita antes dos 100 dias. “Este ano plantei 90% com variedade precoce e 160% tardio. Ano que vem vou inverter essas proporções”, afirma Sérgio Bau, de Balsas (Maranhão). “A pior soja, de menos de 40 sacas por hectare, eu já colhi. Acredito que a média vai fechar pouco abaixo de 50 sacas por hectare”, estima Vanderlei Ferrari, de Tupirama (Sul de Tocantins).

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