Sul de contrastes

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A Expedição Safra Gazeta do Povo passou pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina na última semana e está registrando o plantio de soja e milho no Paraná. A viagem mostra que a região, responsável por um terço da produção nacional de grãos, trabalha com épocas de plantio contrastantes. Enquanto gaúchos e catarinenses encerram suas apostas no cereal e começam a semear a oleaginosa, o Paraná tem 80% do milho e 10% da soja já cultivados. Na região brasileira que abre a colheita do milho, o Sudoeste paranaense, as lavouras mais desenvolvidas completam um mês. Em Clevelândia, plantações de soja ficaram encharcadas com as chuvas dos últimos dias -- umidade que os produtores mais ao sul esperavam para iniciar a semeadura.

Janela de plantio segue aberta

Apesar da pressa demonstrada neste início de plantio, as atividades seguem dentro da janela climática, afirma Alberto Santin, gerente comercial de grãos da Coopertradição, de Pato Branco. Ou seja, o tempo que resta só não será suficiente para as lavouras que enfrentarem a estiagem prevista para dezembro. Na área da cooperativa, as vendas comprometeram perto de um terço da colheita de verão. O quadro também traz certa tranquilidade ao setor, em meio às oscilações nas cotações internacionais, regidas pela crise na Europa e pelas novas avaliações da safra dos Estados Unidos. A expectativa é de que os preços se sustentem e que a produção brasileira seja igual ou maior que a de 2010, que registrou recorde na soja.

Preços em alta

Depois de a safra norte-americana de grãos ter sido reduzida no meio da semana pelo Departamento de Agricultura do país, as cotações da soja, do milho e do trigo voltaram a subir. No pregão de sexta-feira da Bolsa de Chicago, a oleaginosa fechou com alta de dois dígitos: US$ 12,70 por bushel (27,2 quilos). O milho também avançou. O contrato de primeira posição terminou o dia cotado a US$ 6,40 por bushel (25,4 quilos). No Paraná, a semana também foi positiva. O preço médio da soja, levantado pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), ficou em R$ 42 por saca na sexta-feira. O milho terminou a semana avaliado em R$ 21 por saca.