Ele produz 12 mil quilos de milho por hectare. Nos Estados Unidos, que têm produtividade média de 10 mil quilos/ha, talvez seja mais fácil, mas estamos falando de um produtor do Noroeste de Minas Gerais. A média do município de Presidente Olegário, onde está a lavoura de Cláudio Consonni, no entanto, é bem menor, cai para perto de 6 mil quilos, o que faz de sua área quase que uma ilha, a considerar o desempenho médio do cereal.
A explicação, mais uma vez, é a tecnologia usada nessa região do país. Consonni adota em sua lavoura a agricultura de precisão, com amostragem de solo e adubação tecnicamente calculados. O objetivo é racionalizar custos e explorar o potencial produtivo das variedades. Ele faz parte de um grupo de 12 produtores que plantam juntos de 20 a 22 mil hectares. O pool favorece as compras de insumos, com redução de até 8% no custo, garante assistência técnica personalizada e o desenvolvimento de pesquisa para atender a demanda específica da região e dos agricultores. "A Associação de Pesquisa Agrícola (APA) trouxe para a região um referencial de produção, a conscientização de que plantar não é tão simples. Não basta ser agricultor, é preciso tecnologia e planejamento", diz.
No estado de Minas, também estão algumas das principais empresas de pesquisa e produção de sementes de milho. É dessa região que vêm variedades que abastecem os demais estados produtores e também países da América do Sul. A explicação está nas características geográficas e climáticas. Uberlândia, por exemplo, tem condições de altitude que vão de 400 a 1 mil metros, variável condicionante à pesquisa e produção de milho. No município fica a maior unidade produtora de sementes da Mosanto no Brasil, com capacidade para 40 mil toneladas/ano. Paulo Sérgio Zamboni, responsável pela área de manufatura, explica que eles trabalham com milho e sorgo. O milho responde por mais de 90% do movimento. No local são produzidas sementes das marcas Agroceres e Dekalb.
Milho Bt
Da Monsanto em Uberlândia deve sair boa parte da semente de milho Bt que será utilizada na próxima safra. A expectativa da unidade é que 50% das sementes colocadas no mercado no ciclo de verão 2009/10 sejam de variedades transgênicas, resistentes à lagarta-do-cartucho. Se em maior ou menor volume, isso vai depender do mercado e do produtor, diz Zamboni.
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