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Ribeirão Preto (SP) - A tecnologia agrícola se supera e, no caso das máquinas, vai além do conceito da agricultura de precisão, com novos produtos e serviços que põem a atividade rural ao lado de tarefas de comando remoto. Os avanços – mostrados na 17.ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), semana passada – se estenderam de máquinas mais eficientes a serviços de gerenciamento do trabalho de campo com ajuda de satélites. De um escritório localizado em qualquer lugar do planeta sabe-se até quando o operador esquece o ar condicionado da cabine do trator ligado, bem como a dosagem de insumos ou o rendimento de cada quadro da propriedade.

Em plantadeiras, tratores e colheitadeiras, a indústria mostrou que pode ser cada vez mais eficiente em quantidade e qualidade. Colheitadeiras que machucam menos os grãos, como a CR 9060, da New Holland; plantadeiras gigantes, como a DB 45 linhas, da John Deere, que percorre 180 hectares por dia; tratores de potência mais adequada a cada atividade, oferecidos por todas as marcas, ampliaram o leque de opções. Mas, com a associação de novas tecnologias, cada vez mais máquinas ultrapassam a faixa de preço de R$ 1 milhão. Os serviços de monitoramento de uma máquina por satélite custam de R$ 0,50 a 2 por hora.

"Será que vale a pena pagar por tudo que oferecem? É difícil avaliar se o ganho em produção compensa o gasto", diz o produtor de grãos de Uberlândia (MG) Artur Mendes Sobreiro. Com 600 hectares, ele precisa contratar prestadores de serviços para complementar o desempenho das máquinas que possui. Só troca de máquina quando consegue reduzir custos no longo prazo.

As tecnologias dispensáveis podem inviabilizar o negócio de quem presta serviços alugando máquinas, avalia Sílvio Rigoni, diretor de vendas de tratores da Agrale. "A acoplagem de dispositivos eletrônicos para atividades que não exigem uma tecnologia específica pode inviabilizar a prestação de serviços, por exemplo. Esse setor está muito em função de quanto consegue produzir por um custo menor", observa.

Numa feira com 730 expositores, o confronto entre as indústrias nessa hora é direto. Os vendedores precisam se acostumar com intermináveis comparações. "Os produtores vêm para a feira porque aqui conseguem algo a mais. Eles passam em todos os estandes que oferecem um determinado produto e fazem um verdadeiro leilão", disse Tadeu Melo, vendedor da New Holland. Especializado em máquinas para o cultivo e a colheita de cana, engatilhou vendas de R$ 3 milhões. Houve negócios acima de R$ 10 milhões na Agrishow, conforme os organizadores.

As principais marcas não participaram da Agrishow no ano passado, reclamando dos custos da feira, o que, teoricamente, represou as novidades.

R$ 840 milhões em negócios e propostas

A organização da Agrishow divulgou que, em uma estimativa preliminar, os bancos presentes na feira encaminharam propostas de negócios da ordem de R$ 840 milhões. O valor atinge às expectativas prévias dos promotores do evento. "A Agrishow 2010 se caracterizou pela qualificação do público visitante, bastante focado em fazer negócios", afirma o gerente geral, José Danghesi. Ele destacou, ainda, que mesmo com um dia a menos,141 mil pessoas passaram pela feira este ano.

As áreas de estande cresceram de 102 mil metros quadrados para 167 mil m², um aumento de 67%. Outra novidade da edição deste ano foi a regionalização de alguns setores, como irrigação, armazenagem, pecuária, áreas de testes-drives e tratores próximos às áreas dos bancos. Também foram realizadas mais de 800 demonstrações de campo em 100 hectares de áreas de dinâmicas.

A próxima realização da feira está prevista para iniciar em 02 de maio de 2011.

O jornalista viajou a convite da Mecânica de Comunicação

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