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Chicago, Illinois (EUA) - Por anos, preocupações da agricultura relacionadas ao clima como plantio e colheita tardios ganharam a atenção do mercado de grãos, elevando e reduzindo nitidamente as cotações. A pergunta que muitos se fazem é se o mercado vai se mover neste ano baseado no que se fala sobre a primavera úmida. O mercado cresce ou se engana de novo?

Nos últimos anos, temendo que o agricultor americano perdesse potencial de produção e reduzisse a área de plantio, as cotações subiram por causa do clima desfavorável à atividade rural. Esse pensamento é um resquício da época em que era necessário um certo número de dias para plantar e colher a lavoura, dizem os analistas.

No entanto, as novas tecnologias de sementes surpreenderam o mercado frente a condições secas, úmidas e frias. Assim, enquanto esse padrão não é compensado, há um avanço científico na genética de sementes. "O único fenômeno climático que não testou essa nova era da engenharia de sementes talvez sejam as geadas precoces severas", diz David Hightower, proprietário do Hight­­ower Report, um boletim de pesquisa de mercado.

A menos de 60 dias do início do plantio de soja e milho de 2010 nos Estados Unidos, a discussão sobre a primavera chuvosa já começou em nosso site, o www.agriculture.com. "Bem, fevereiro está terminando e o clima está úmido. Eu diria que haverá problemas com chuvas em excesso e atrasos no campo, numa simples suposição", escreve um internauta num post de discussão sobre comercialização. "Para o meu lado, qualquer quantidade de chuva vai causar muitos problemas." Será que este tipo de conversa vai aquecer o mercado este ano? "Eu me pergunto se o mercado seria estúpido o bastante para apostar contra o produtor rural americano mais uma vez, diante do atraso da chegada da primavera", diz outro participante. Ou será que o mercado está aproveitando as novas tecnologia?

Scott Shellady, operador de mercado da Bolsa de Chicago e consultor de investimento junto à Bradford Capital Management LLC, diz que o mercado não é isento de preocupação em relação ao agricultor ou ao tempo. "O relatório do final de março (do USDA) vai ser muito importante. O produtor e as tecnologias de sementes e máquinas têm feito um grande trabalho para entregar um produto ao mercado. Mas, existem alguns riscos reais em plantar a safra, cuidar da lavoura e colher. Acho que esses riscos estarão sempre por perto."

Brian Basting, da Advance Trading Inc., diz que a grande safra de soja sul-americana pressionará o mercado este ano, não o clima. "Até certo ponto, eu acredito que o mercado está ‘pronto a ser enganado’ de que os agricultores não podem produzir. O tamanho do maquinário agrícola de hoje permite grande eficiência no plantio que não havia dez anos atrás ou menos. Além disso, o plantio de milho no final de maio ou início de junho não resultou em uma queda acentuada na produtividade dos últimos dois anos, mas provavelmente ainda seja muito cedo para contar com isso todo ano", diz Basting. Ele acrescenta: "Olhando por outro lado, creio que o mercado cresce; aprendendo a negociar melhor o clima, a participação dos fundos , etc. O tempo dirá, é claro, se tudo isso se desenrola."

Para o mercado nesta primavera, David Hightower observa o oposto das ocorrências nervosas do clima. "Com os mercados externos e o dólar pressionando tanto os preços, não vejo o mercado preocupado com o clima."

Como mais um sinal de crescimento, o mercado de commodities está aprendendo que é o dinheiro que o move e não necessariamente as notícias, diz Scott Shellady. "Com o advento do comércio electrônico, temos muitos novos operadores negociando nossos produtos sem entendimento básico. Às vezes os novos operadores podem realmente ser novos ‘fundos’ com muito capital e são capazes de mover os preços futuros de forma significativa", diz Shellady.

Tradução: José Rocher

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