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Pelo segundo ano consecutivo, as lavouras de soja do Paraguai estão entre as melhores da América do Sul. Uma temporada para deixar para trás as quatro safras em que a produtividade média mal chegou a 2 mil quilos por hectare na década passada. Com uma área crescente que no ciclo atual chegou a 2,8 milhões de hectares, o país deve colher 8,1 milhões de toneladas pela primeira vez, consolidando a posição de quarto exportador mundial. Desta vez, até as previsões que não consideraram quebra climática estão sendo superadas.

Os relatos mais comuns na zona produtora que cobre o leste do país são de marcas acima de 3 mil quilos por hectare. As novas tecnologias adotadas pelos produtores estariam se sobrepondo ao histórico de altos e baixos.

"O relevo e os solos são bastante parecidos com os do Oeste do Paraná, com o Rio Paraná no meio. A cultura da soja está consolidada e, a longo prazo, a área de cultivo pode ser dobrada. A tecnologia de sementes e fertilizantes, a conservação do solo pela adoção do sistema de plantio direto estão dando estabilidade à produção", avalia o agrônomo Robson Mafioletti, assessor técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) que viajou à Argentina e ao Paraguai com a Expedição Safra nas duas últimas semanas.

A produção de soja no Paraguai se estruturou nos últimos 30 anos. Os órgãos nacionais consideram que dois em cada três produtores são brasileiros ou filhos de brasileiros que nasceram no Paraguai. Nas últimas safras, a oleaginosa continuou se expandindo no Leste, principalmente sobre áreas da pecuária, no Centro e no Norte do país, com abertura de novos campos.

"Muitas áreas aparentemente improdutivas podem ser cultivadas com as novas tecnologias disponíveis. Quem diz que não dá soja? É só tomar cuidado com a época certa e a variedade", aponta Ovídio Zanquet, gerente geral da Lar Paraguay, há 14 anos no país vizinho. A empresa pertence à cooperativa Lar, que tem sede em Medi­aneira, município a 70 quilômetros da fronteira.

Os solos do Paraguai apresentam melhores condições que os do Paraná porque vêm sendo cultivados desde a abertura no sistema de plantio direto, dizem os técnicos. "O diferencial é que não houve degradação seguida de recuperação", aponta Carlito Ganja, agrônomo da Lar Paraguay.

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