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A tendência de sustentação da soja como principal fonte de biodiesel fortalece os planos de Tibagi de se tornar referência nacional na produção desse combustível. O município de 19 mil habitantes – famoso por colher até 11 toneladas de milho e 3,9 toneladas de soja por hectare – negocia a instalação da maior usina de biodiesel de que se tem notícia no país, com capacidade de produção de 1,2 milhão de litros por dia, com soja.

O prefeito de Tibagi, o agrônomo e produtor rural Sinval Silva, mostra-se confiante no resultado de um convênio assinado em abril com o Instituto Gene, de Blumenau. A entidade representa investidores espanhóis, que estariam dispostos a aplicar R$ 303 milhões na indústria. "O projeto está andando e depende agora da obtenção de financiamento bancário pelos investidores", afirma Silva.

Apesar de a soja ser considerada cara para a produção do combustível, a demanda de biodiesel deve aumentar mais rápido que o desenvolvimento de outras fontes de óleo vegetal, aposta o prefeito. O Brasil deve adicionar 5% de óleo vegetal ao diesel em 2013 e a Europa 5,75% em 2010. "Alguém vai ter que pagar por isso", diz, confiante de que é mais fácil o preço do diesel subir do que ocorrer uma reviravolta na tendência de uso do biodiesel e de escassez do petróleo.

Para incentivar o investimento, a prefeitura ofereceu terreno de 36 hectares na região indicada pelo Instituto Gene. O prefeito decretou a área de utilidade pública e a compra deve ser concluída após a confirmação da instalação da indústria. "Já negociamos preço com o proprietário para evitar especulação. Acredito que ele vai manter o combinado", diz Silva. Se for necessário pagar R$ 1 milhão, não será mal negócio, avalia. Só o ISS (imposto sobre serviços) a ser pago na construção deve ser de R$ 3 milhões a 4 milhões, calcula.

A área escolhida fica na BR-376, a 60 quilômetros da cidade de Tibagi e a 25 quilômetros da zona urbana de Ponta Grossa. Há três comunidades de Tibagi próximas do terreno: Coreanos, Alto do Amparo e São Bento. A indústria deve abrir de 150 a 200 empregos diretos.

A escolha do local estaria relacionada à proximidade da BR (que facilita a chegada da soja), à existência de um ramal ferroviário e à proximidade de 220 quilômetros do Porto de Paranaguá. "A intenção da indústria é, num primeiro momento, fornecer biodiesel para o Brasil e, depois, exportar para a Europa", revela o prefeito.

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