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Depois de perder milhares de hectares para a cana-de-açúcar, a soja promete virar o jogo em Pedro Afonso, na porção central do Tocantins. Pioneiro da soja no estado, o município viu sua produção da oleaginosa declinar com força nos últimos três anos, após a implantação de uma usina pela multinacional Bunge. Somente neste ano, a Coapa, cooperativa agroindustrial que reúne 317 produtores, estima ter perdido para a cana cerca de 3 mil hectares que até a safra anterior eram destinados à soja.

"Hoje, num raio de 60 quilômetros em volta da usina só se vê cana, Nas próximas safras, ainda teremos nossa área diminuída. Mas depois de 2013/14, a soja deve voltar a ganhar espaço", disse à Expedição Safra Gazeta do Povo o presidente da Coapa, Ricardo Khouri. A cana teria passado de 2,8 mil para 15,2 mil hectares no Tocantins no último ano, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Bunge tem informado, no entanto, que os canaviais da região de Pedro Afonso já passam de 25 mil hectares. A área da soja vem caindo, confirma o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (veja ao lado).

Para arrebanhar novos cooperados, expandir a área e a produção de grãos e voltar a crescer, a Coapa planeja estrapolar as fronteiras de Pedro Afonso. Os municípios do entorno teriam, conforme estimativa da cooperativa, perto de 200 mil hectares disponíveis à soja – áreas aptas para o cultivo de grãos, mas que hoje são cobertas por vegetação nativa. "Se formos mais longe e incluirmos nessa conta 12 municípios, a área de cerrado disponível legalmente à agricultura chega a 1,86 milhão de hectares", calcula Vanderlei Souza, gerente da Coapa.

A cooperativa defende que os grãos promovem maior distribuição de renda. Enquanto não vence a cana, aposta na diversificação, com investimento em oito tanques para recepção de até 16 mil litros de leite. Nas fazendas, outra aposta é a integração lavoura-pecuária, que permite a engorda de gado de corte.

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