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Viabilizar a cultura do trigo no Brasil não é mais um desafio, mas parece depender de um milagre. Vai ano vem ano, no inverno é sempre um dilema, momento em que o produtor se divide em plantar trigo ou milho safrinha, isso quando a rotação permite optar por este ou aquele cereal. Se o trigo é a única alternativa, a decisão passa por aumentar ou di­­minuir a área, sempre baseada na perspectiva de preço e no histórico da safra anterior.

No ciclo passado, incentivado pelo governo, pela previsão favorável de clima e mercado, o produtor investiu pesado, ampliou área e apostou que, enfim, a cultura voltaria a ser rentável. Mas adivinhem que aconteceu. O clima não foi bom, o preço pior ainda. Resultado: queda brusca na projeção de área para este ano no Paraná, estado que responde por mais de 50% da produção nacional.

O mercado pode até ter suas justificativas e estratégias. Mas produtor e consumidor não conseguem entender como um país que depende de importação para garantir 50% do consumo interno não consegue viabilizar a cultura. A resposta pode ou não estar nas mu­­danças dos critérios de classificação do trigo, prestes a entrar em vigor, que devem promover alterações em toda a cadeia, do campo à indústria. Agora, se não funcionar, a triticultura nacional pode, infelizmente, estar com os dias contados.

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